No tempo dela não havia os serviços que hoje há, a fornecer bodas a tantos marcos por bico. O mais que havia era fome geral. E foi por isso que ela, no dia do casamento, fez um alguidar de barro de arroz doce. Juntou o povo no quinteiro, arranjou colheres para todos, e matou-lhes a fome com um pitéu.
Hoje tem 102 anos e vê o mundo de consciência tranquila. Não lhe pesa o que nele anda torcido. É verdade que a cabeça já não é o que foi sempre, e as pernas já se cansaram de tanto andarilhar.
O tempo é que já é muito. Por isso só pede a Deus que um dia se lembre dela e a mande chamar. Ele é que anda distraído, sem saber o que fazer daquilo que um dia fez. Arrependido, talvez!