Há quatro milhões de anos, um monolito de origens nunca desvendadas aparece no vazio original. Um grupo de símios pré-humanos parece ter captado dele a secreta mensagem dum misterioso conhecimento: descobre o instrumento que lhe aumenta o poder físico de agressão, o que lhe permite vencer e dominar outros grupos de símios concorrentes.
Mais tarde, já com o homem lançado na exploração espacial, chegam à Terra sinais de que o misterioso monólito foi encontrado soterrado (na Lua, num planeta do sistema solar?!).
Ele continua a transportar consigo o conhecimento, cuja origem continua por desvendar. Não parece que fosse o Verbo bíblico, muito posterior; nem sequer o fogo, que o Prometeu mitológico furtou aos deuses e entregou aos humanos: antes era o instrumento, que permitia potenciar as suas capacidades e aumentar o seu poder.
É durante a viagem espacial americana que surge o conflito homem/máquina, peça essencial da narrativa de Kubrik. O HAL 9000, computador de última geração criado em Langley, que tem a cargo a gestão integral da nave, e não tem qualquer sinal de falha no currículo.
Desta vez parece que há. E a tripulação humana acaba por se impor e desligar a máquina.
Filme belíssimo, do mestre Kubrik, vencedor do Óscar de efeitos especiais de 1968, num tempo em que na América se fazia bom cinema. Com um desfecho em que os enigmas iniciais se mantêm. Poderia ser de outra maneira, na espantosa aventura que a vida é?!