segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Opiniões há muitas!

E tantos são os leitores, para nosso bem.
Este aqui deu três estrelas, pela "discreta ironia nos interstícios da prosa". Aquele subiu para quatro, pela "qualidade" da escrita. Ali ofereceram cinco. Porque entre o mais, um linguista é de enorme utilidade.

No forte dos teixos
- Sabes o que têm Évora e York em comum?
- Não. Uma universidade?
- Também. Mas mais importante.
- Assim de repente... Também só fazes perguntas difíceis. É serem cidades bonitas?
- Sim, mas outra coisa.
- ...
- Está visto, tem que ir uma ajudinha. O nome.
- O nome?
- O nome.
- Agora estás a gozar.
- Pode parecer. Mas as duas, York e Évora, têm o mesmo nome.Bom, melhor, tiveram.
- E qual? Pode saber-se?
- Eboracum. Porque tinham uma fortaleza.
- Ah!
- E havia por lá, nas duas, uma data de teixos.
- Teixos?
- Um tipo de árvores. Coníferas, nunca ouviste falar? Têm frutos em forma de cone. Como o pinheiro. É também uma conífera.
- Pró que te dá! Bom, e então?
- E então, os celtas, porque foram eles, chamaram eboracum a essa fortificação que ficava ao pé dos teixos.
- E isso foi em Évora?
- Exacto.
- E em York?
- Nem mais.
- Mas então?
- Então, eboracum deu York, e noutro sítio formou-se Évora. As leis da derivação não são universais.
- Eu fico banzado.
- Não fiques. Daqui a dias conto outra.