«(...) Olhando em volta é impossível contradizer o poeta.
Desconhecendo a necessidade de regras, e ignorante de que a estética existe, nas últimas décadas o populus deitou-se a escrever, ciente de que os balbucios do ego são uma expressão de arte. Que dos espasmos da bebedeira, da anorexia, do incesto, da neurose, do amor aos cães, da cirurgia plástica, das sardinhas de escabeche - de tudo, afinal - mesmo os simples de espírito podem tirar um livro ou uma obra de arte. E os editores editam, os museus compram, o povo admira e regozija-se consigo próprio.
Proust e Joyce, tendo aberto com o seu génio, e a "corrente de consciência", um inesperado caminho aos sem-talento, são dos grandes da literatura, mas podem também contar-se entre os seus verdadeiros "malfeitores." Freud faz-lhes companhia, e Marx, que ajudou a criar as ilusões que sabemos, completa o quarteto. (...)»
Proust e Joyce, tendo aberto com o seu génio, e a "corrente de consciência", um inesperado caminho aos sem-talento, são dos grandes da literatura, mas podem também contar-se entre os seus verdadeiros "malfeitores." Freud faz-lhes companhia, e Marx, que ajudou a criar as ilusões que sabemos, completa o quarteto. (...)»