Somando brancos e nulos aos votos dos ausentes da urna das eleições, conclui-se que em cada cem eleitores quarenta e seis deles não quiseram escolher. E o quadro que resultou é uma charada de equívocos, de perplexidades, de contradições e de ambiguidades.
Cada efeito tem as suas causas. E uma delas será sofrerem os portugueses da síndrome de Estocolmo. O que os transforma em doentes, se antes não forem vítimas do medo. Que se aliam aos algozes, na tentativa de salvar a pele.
Já o requinte da perversidade é o efeito que retiram delas os bonzos da Europa. A democracia nem sempre traz estabilidade. Mas as políticas de razia da austeridade são as do mesmo sucesso, quando a sua aplicação é a adequada.
E assim matam dois coelhos com uma só cajadada. Atiram outra pazada de cal à dignidade dos gregos, e justificam a falhada troika, que andava a precisar de salvação. E no fim abrem todos a champanha!