domingo, 27 de janeiro de 2013

Dois de Eugenio Montale (1896-1981)


Os elefantes

Os dois elefantes sepultaram cuidadosamente
o seu elefantezinho.
Cobriram com folhas a sua tumba e em seguida
afastaram-se tristemente.
À minha beira alguém enxugou um dos olhos.
Era em verdade uma furtiva lágrima
como requer a piedade quando é inerme: 
na proporção inversa à maciça
imponência do caso. Os outros riram
porque algum palhaço aparecera já
no ecrã.

In hoc signo...

Uma agência funerária de Roma
chama-se PORVIR. E ainda dizem
que o humor negro morreu com Jean Paul,
Jonatas Swift e Achile Campanile.