quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A pior das falências

«(...) Porque a pior das falências é a que não tem recuperação! A que condena as crianças à aprendizagem duma macacada ortográfica que vai de par com obras literárias e outras ainda escritas como deve ser, e se submete à vacilação docente dos educadores que não estão aptos a ensinar a nova ortografia (porque não podem estar, tão "impossível de aplicar ela é!), e se sujeitam às emendas desencontradas dos correctores ortográficos diferentes uns dos outros, num atropelo ganancioso e aflitivo de caos, e que personificam a máquina, na pior das visões que de Orwell poderíamos herdar, a dominar-nos estupidamente a mente e a criação literária.
É tempo, é ainda tempo! Se saber escrever foi, até hoje, caminho para pensar melhor, com o Acordo Ortográfico pôr-se-ia em prática a máxima ideal para governos opressores ante os cidadãos que governam: quanto mais analfabetos, melhor...»
[Maria Alzira Seixo, in Público, 10 Janeiro]

«A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) vai continuar a redigir os seus documentos e a sua comunicação de acordo com a norma ortográfica antiga, recusando-se a implementar já as disposições do Acordo Ortográfico (AO). Esta decisão é justificada com a consideração de que "este assunto não foi convenientemente resolvido e encontra-se longe de estar esclarecido". A SPA invoca ainda a circunstância de "o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o AO", e de "Angola ter assumido publicamente uma posição contra". (...)
O professor Carlos Reis, reconhecido defensor do AO, critica a posição da SPA, acusando-a de "correr atrás de lebres mal informadas ou tendenciosas".» [Público 10 Janeiro]