Nesse tempo, numa encarnação antiga, o 10 de Junho era a festa da pátria, que desfilava no Terreiro do Paço.
Na tribuna havia uns almirantes de peito medalhado, e duma janela onde o fariseu-mor cantava o Angola é Nossa, ouvia-se uma voz de falsete que mandava avançar para África rapidamente e em força. O resto não era nada connosco.
Havia quem desmaiasse na formatura antes do desfile, se da emoção patriótica ou da inclemência do sol nunca o saberemos. O pior papel cabia às viúvas e aos órfãos juvenis, pobres deles, de peitos picados pelos alfinetes das cruzes de guerra póstumas ao peito.
E ainda faltava tanto para o 25 de Abril!