segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"Não acredito na capacidade política de Passos Coelho para defender os interesses dos portugueses. Não acredito mesmo nada na competência política do seu ministro dos Negócios Estrangeiros para conduzir uma política europeia. Não acredito na competência e na credibilidade da sua ministra das Finanças, que é um avatar de Vítor Gaspar."

    «(...) a única maneira de evitar o resgate era ir pelo caminho, que aliás a Espanha seguiu, que a Itália seguiu e que outros países estão a seguir, como agora a Eslovénia, que era o caminho de procurar apoio europeu para a consolidação orçamental necessária sem nos colocarmos nas mãos da troika. Esse caminho era o PEC IV. [Esse apoio europeu foi garantido por Merkel]

    Era um programa cautelar, ao fim e ao cabo? 
    - Era o PEC IV. Ao fim de dois anos e meio perdidos, nós estamos a tentar chegar a uma coisa que será parecida com o PEC IV. Mas perdemos dois anos e meio e pusemos aí 300 mil pessoas no desemprego e aí 100 mil jovens a sair todos os anos do país. Não há hoje uma família que não tenha próxima gente que se licenciou, que se doutorou, do mais qualificado que o país produziu até agora, e que anda a beneficiar, com a formação que nos pagámos, países como a Suíça, a Áustria, a Alemanha, a Austrália, por aí fora. Qualquer que seja o desenlace, esta responsabilidade tem de ser assumida. (...)»
      [Entrevista de Augusto Santos Silva, PÚBLICO de ontem]