Nos primeiros anos do séc. XIX, a fuga da corte portuguesa de D. João VI para o Brasil, perante os maltrapilhos de Junot entrados por Almeida, foi uma débacle de misérias e sofrimento. Mas é preciso ir buscar a informação a autores estrangeiros.
O excesso de carga e passageiros foi fatal. Riquezas documentais incomensuráveis foram abandonadas na lama do porto de Lisboa. Os barcos usados na viagem não pareciam apropriados. Metiam água copiosamente, o cordame era velho e os mastros e vergas estavam meio podres. O mastro principal do Medusa rachou e partiu-se. O mastro da mezena abateu, deixando o navio à deriva. O D. João de Castro perdeu o mastro. Perante uma praga de piolhos e a falta de água e higiene durante a viagem, as damas tiveram que ver as cabeleiras rapadas, para fugir à praga. Os cavalheiros deitavam ao mar as cabeleiras infestadas, e as senhoras, de Da. Carlota para baixo, faziam fila para rapar a cabeça. As damas de honor carecas reuniam-se no castelo da proa depois da sua provação. O couro cabeludo era então lavado e tratado com pós para eliminar os piolhos sobreviventes.
Isso marcou a iconografia histórica da imagem dos portugueses no Brasil. Todas as figuras femininas usavam turbante, para esconder as misérias.