Imagino que terá sido em 1956, na altura em que na Hungria houve um sobressalto estalinista. O Vaticano e a América puseram-se a salivar, e o Pavelca veio parar à aldeia, a casa do padre.
O rapaz era ruivo, falava uma língua estranha. Mas passado pouco tempo já nos entendíamos e ele tomava parte nas nossas brincadeiras. Esteve cá o seu anito. Depois partiu sem aviso, terá ido parar à América que sempre foi uma terra de oportunidades. Quem contaria isso bem era o Grande Chefe Touro-Sentado, se cá estivesse e falasse. Assim, só podemos fiturar que o palhaço loiro do Trump é bisneto do Pavelca.
Nesse tempo a Caritas da América alimentava o mundo em ruínas. E o padre distribuía ao povo o leite em pó, a farinha, o queijo de plástico das fábricas da América, e até os rolos de mata-ratos que vinham do Kentucky e os velhotes fumavam pelos caminhos.
Um dia metemo-nos num palhal e fumámos um rolo inteiro deles, que o sobrinho do padre surripiou lá em casa. Deu-nos p´ra tossir durante uma semana, mas foi um belo começo.