Na tragédia grega há um herói, porque os deuses mandaram. E no caso grego é Tsipras, derrotado mas herói.
No palco do Siryza outras figuras passaram, o Varoufakis com tiques burgueses de Armani. Mas há uma diferença (de coturnos), por baixo dos gestos dum burguês e dum herói. Varoufakis será um bom técnico, eu não sei, não conheço, não comento. E abandonou o palco.
Tsipras recusou deixar à sorte os gregos, na tragédia em que vivem. Os dirigentes serventuários desta Europa que existe partiram a espinha do Siryza, porque podiam fazê-lo e a cegueira os ajudou. O Tsipras, esse herói grego, engoliu o cálice com que sonhou, engoliu-se a si próprio. Mas não abandonou os gregos sós nas fauces do polifemo.
A tragédia dos gregos não tem um fim em si. Porque o fim depende dos povos da Europa, quando ela própria sair do labirinto em que os polifemos da finança a aprisionaram. Até agora não encontrou a saída. E os polifemos exigirão novas vítimas, enquanto andarem à solta.