Ao meu querido Vasco, que um dia se tornou meu filho e ainda é.
O negro estava ali, na sombra da mangueira. Um pé no chão e o outro sobre uma pedra. E eu fazia uma paragem no Dondo. a folgar o condutor da ambulância. Por perto haveria um grande rio, não se via mas senti-o. A viatura trazia dois cadáveres que me incumbia acompanhar a Luanda. Na antevéspera fiz missões a asa deles.
O negro deu início à melopeia. Repetitiva, monótona, incansável. Sempre igual, ausência pura de significados meus, cartesianos e brancos. Embatia-me nos tímpanos e fazia ricochete, não entrava. Até que se tornou encantamento.
Uma voz que me chama, eu já lá vou, e lá ficou o negro a saltitar. O que eu não dava para estar, ainda agora, dentro da cabeça dele!