Ao contrário do que afirmam por aí certos escroques, um estado normal não mete na cadeia preventiva um ex-primeiro ministro, sem claras, definidas e explícitas razões. E isto não é discriminação positiva, antes o dizem a história, o senso comum e o respeito de cada um por si próprio.
O encarceramento de Sócrates, que já tem mais três meses prometidos para investigações (e porque não sete?!), é parte duma Viradeira mais vasta. Não ver isto (que se repete na nossa história!) é usar palas de mula.
No ponto em que estão as coisas, só resta aos magistrados condená-lo, ou pendurar-se na figueira. Porém, incapazes de acusar e mostrar prova, estão a sentenciá-lo previamente na rua, através das fugas ao segredo de justiça.
Servindo-se de papagaios e de imprensa avençada, vão-lhes soltando não apenas factos do processo mas também palpites pessoais, íntimas convicções, fezadas subjectivas, suposições, ilações mirabolantes, fugas para a Argélia, para a Venezuela, para o Ushuaia... Ora isto não são fugas, são entregas. Para não dizer confidências entre sócios.