Fazem-lhe a festa no último domingo de Maio, está aí à porta. Porque a igreja católica nunca brincou em serviço, quando se tratou de ocupar os lugares antigos que há séculos o povo frequentava.
Aqui ao lado nuns fraguedos houve um castro pré-histórico, as evidências são muitas. Há sepulturas antropomórficas de tempos imemoriais. E mais além num outeiro, houve um posto de vigia, quem sabe se dependente do castro de Casteição.
Mas a santa está ali, na capela onde passou o Inverno. Já não é a santa original, que dava chuva quando lha pediam e agora fazia falta. Mas um dia vieram cá os dos Gatos e roubaram-na. Porém os de Casteição assaltaram-lhes a igreja e trouxeram-na para cá. E cá a têm. Puseram uma santa nova na capela, que não dá chuva sempre que lha pedem, nem guarda a virtude original.
O povo vai festejá-la à entrada do Verão. Prende-a no andor, leva-a a passear, areja-a. E a santinha, mesmo falsa, fica toda regalada.