sexta-feira, 28 de abril de 2017

Faunos pelos bosques

Aproveitando-lhe as flores da mocidade, o padre da freguesia cobiçou-lhe as formas, as maneiras, e meteu-lhe os tampos dentro. Mal sabia, o Barzabu, que lhe metia no corpo o diabo à solta. E de facto a cachopa nunca mais teve sossego e passou a dormir mal.
O prior fez dela mestra, arranjou-lhe um diploma... E acabou a dar escola ali para os lados das Caldas.
Eu conheci-a nuns serões da Tágide, uma coisa que existia nas cercanias da Pide. E assustou-me o frenesi com que ela me abria o peito. Mas eu não estava maduro, que as primícias dum varão chegam mais tarde, ainda hoje isso acontece.
Ela é que não desistia, sempre em vão. Na aldeia das Caldas estava à minha espera, era só eu aparecer. Isto enquanto se enroscava em mim, prometendo as mil e uma noites.
Não me dignei aparecer, terá sido o que perdi. Anos depois o marido meteu-lhe no bucho uma ninhada de filhos, até que ela se calou.