«O Exército permanente Português foi submetido, no curto prazo de meio século, a duas
ponderosas influências estrangeiras que o marcaram para sempre - na sua estrutura
visível, mas também nos seus costumes, e no seu inconsciente colectivo. Sobre a
segunda, do general William Beresford e dos cerca de 400 oficiais britânicos que o
acompanharam de 1809 a 1820 no enquadramento e actividade operacional desde a II
Invasão Francesa até ao fim da Guerra Peninsular, já tive ocasião de apresentar um
trabalho ao 35o Congresso Internacional de História Militar[1]. Parece-me no entanto que
a intervenção, menos de cinquenta anos antes, do Conde reinante de Schaumburg-Lippe
e do reduzido número de oficiais que o acompanhavam, foi muito mais condicionante da
futura evolução do nosso Exército, atendendo sobretudo à vincada e inovadora
personalidade deste general alemão. (...)
Uma dificuldade básica que Lippe vai ter de enfrentar em Portugal é exactamente a
indisciplina e falta de instrução militar, e mesmo básica, do corpo de oficiais - os seus
esforços serão assim no sentido não só de reorganizar e equipar o exército português
para o tornar eficiente, mas sobretudo de formar e instruir os seus quadros. A
experiência que nessa tarefa adquirirá, ir-se-á reflectir na academia militar que de
regresso à pátria irá fundar na fortaleza de Willhelmstein, na ilha do mesmo nome do
Steinhude Meer, e de que Scharnhorst será o mais brilhante aluno. A preparação dos
quadros será exactamente um dos temas a abordar na II parte deste trabalho; a I destina-
se entretanto a identificar e caracterizar os seus. (...)»
In Revista Militar 2508, Mestre António Pedro da Costa Mesquita Brito
Nos últimos anos, os futricas que nos têm governado, particularmente um ministro do sipaio Passos, um tal Aguiar Branco, têm-se dedicado a demolir a tropa, com grande sucesso. Quando voltar a ser precisa, chamam o conde de Lippe.
Mas a virgem da azinheira não nos vai desamparar!