O drama do povo grego põe a nu evidências variadas: a União Europeia é um logro, o Euro é o laço dum garrote, a austeridade é uma falácia na mão das oligarquias, e as elites europeias são outra vez o coveiro da luminosa Europa. Vejamos o que se passou em Portugal.
Em 2005, Sócrates recebeu do PPD, pela mão de Santana Lopes, um défice de 7%. Em 2007, a dívida pública era reduzida e o défice estava abaixo dos 3%.
Em 2008/09, no rescaldo da sarna financeira que a América exportou para o mundo inteiro, Sócrates seguiu as instruções da Europa como resposta à crise: abriu os cordões à bolsa e aumentou o investimento público em políticas contra-cíclicas. A dívida disparou, e o crescimento do défice não se fez esperar.
O resto é tristemente conhecido: quando Sócrates quis corrigir a situação através do PEC 4, embora dispusesse do aval da Europa, foi derrubado no Parlamento pela oligarquia faminta, a quem se juntou a dita esquerda verdadeira. Desde então, a sociedade portuguesa regrediu uma geração. E é governada pela pior escumalha que a recém-democracia poderia ter gerado.
Mas os portugueses estão acima disso: emigram como cordeiros à procura duma vida, limpam a merda dos ricos europeus, ou discutem o J. Jesus, ou vão a Fátima a pé, ou condenam em surdina o preso 44, esse cabrão. Qual política, qual quê?!