sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Misérias renovadas

Há dois anos atrás, no meio da hecatombe financeira que alastrava da América como uma peste negra, não havia entre nós oligarca, banqueiro, barão, não havia partido, politólogo, analista, não havia gestor, economista ou magistrado sindicalista, não havia opinador, intriguista ou jornaleiro que não apontasse a Sócrates a culpa pessoal dos males todos. Muito mais do que o próprio governo, era a cabeça de Sócrates que era urgente degolar, para que o sol raiasse.
Um povo ignaro deixou-se ludibriar, a história é pródiga em exemplos desses. E levou ao poder o pior que já se conheceu, desde que há eleições.
Passado um ano, face à rudeza da realidade, não há um único destes canalhas que ainda apoie o governo. E Portugal deitou dois anos fora. 
Que remédio haverá senão pagá-los?! Um povo que anda há séculos a pagar aventuras antigas à custa de penúrias, lá terá que resgatar as aventuras novas com renovadas misérias.