O povo era um grande bicho que ali estava na praça, aflito e
perplexo, de rabo preso numa gigantesca ratoeira perversa, dissimulada por trás
da cortina do medo.
No princípio, um terço estava ausente. Depois já só faltava
um quarto. E no fim apenas ficou de fora o quinto do costume, e os jogadores de
sueca do jardim do Marquês, a espadeirarem trunfos no flanco da manilha.
Lá para o final do dia o povo era, na praça, aquele grande bicho
inquieto e perplexo, de rabo preso na incompreensível ratoeira perversa. Não
sabia muito bem o que fazer do rabo aprisionado, mas tinha perdido o medo.
Foi assim que foi para casa, sabendo muito bem que a cada
dia basta o seu tormento.