Às duas da manhã regressava eu a casa, vindo do Pátio do Seabra onde fora comemorar o aniversário dum amigo dilecto. Na 2ª circular um funcionário da TAP, encharcado em cocaína, entrou pelo panzer dentro e arrancou-lhe a roda direita à frente, mandando para a oficina outros três carros. A polícia nem lhe fez o teste adequado. Mas a Mercauto, ali a Sete Rios, em dois meses pôs aquilo num brinquinho.
No dito aniversário, dum mestre de cultura que tive na literatura da Uninova, estava ela. Era assistente, dava-nos o Gil Vicente, mas sentia-se insegura. E lá no meio das galinhas cacarejantes das humanidades, que eram as minhas colegas, era eu o seu apoio.
Ela andava em depressão, às mãos dum professor que se ia servindo dela enquanto divagava sobre o Cadornega. E um dia o psiquiatra chegou a receitar-lhe equitação terapêutica, que ela ia tomar à praça de Vila Franca.
Um dia não aguentou e engoliu o frasco inteiro das pílulas. Passou-se, sem eu dar conta.