Quando então contemplarmos a albufeira
lembraremos um estranhamente belo
rio tumultuoso que mordia as próprias margens
como um cão insubmisso que morde o próprio dono
e que morreu, vitimado
pelos seus próprios ímpetos
que escondiam turbinas.
[A. M. Pires Cabral, Gaveta do Fundo, Tinta da China]