Nunca vi tamanha violência concentrada. Um dia uma vaca leiteira não se ajeitava ao rego. Ele prendeu-a a um pinheiro e desatou à bastonada nela com um estadulho.
A pobre da vaca tanto puxou que estoirou a corda e fugiu para casa em pânico. E só a mulher lhe pôs a mão em cima.
Os deuses que o lá têm se encarreguem dele. Já que o engendraram.
Muitos anos depois, mutatis mutandis...
"Manuela Costa tinha 35 anos. Às 7H45 duma manhã de inverno apareceu no posto da GNR de Montemor-o-Velho com a filha de 5 anos. O marido e pai da filha, de quem estava separada, fora de madrugada à casa onde vivia com os dois filhos (o casal também teve um rapaz, então com 13) espancara-a, e quando ela e a filha fugiram, de pijama, para o quintal, ameaçou ir buscar uma caçadeira para a matar.
Após registar a denúncia, a GNR chamou uma ambulância para levar Manuela ao hospital da Figueira da Foz. Pouco após o início da viagem de menos de 20 kms, surgiu um carro atrás da ambulância. Era o agressor. Este, após resistir a várias manobras do perseguidor para imobilizar a ambulância, decidiu voltar para o posto da GNR. Vários militares, alertados por um telefonema de Manuela, estavam no passeio para os receber. (...) Este disse-lhes, em tom sério e grave, que estivessem quietos, que saíssem dali senão os matava, e que sabia que a sua mulher estava dentro da ambulância. Atemorizados e temendo pelas suas vidas, não esboçaram qualquer gesto.
Dois tiros perfuraram-lhe os pulmões, fígado, traqueia e aorta. Projécteis atingiram também a criança no abdómen, num braço e numa perna. Manuela morreu.
Foda-se! - isto digo eu.