Voltaram na praceta os
agapantos. Hibernam todo o ano a dormir nos canteiros, quem sabe se a
protegê-los da canzoada doméstica, tão lesta a alçar a perna libertina e a
aliviar-se neles.
Quando chega a
primavera levantam o mastro, inquietos como antigas caravelas. E vêm festejar o
solstício de gávea engalanada.
Caules altivos, a pendular
na brisa, têm um quê de piretes das Caldas. Que os agapantos fazem, aos
cachorros que passam.
[Fotos A. Cardinal]