O voto é a arma do povo, concedamos. Mas tem um duro espinho, como a rosa. É preciso ajustar exactamente o retículo sobre o alvo, para não sair o tiro pela culatra. É frequente e é triste, desperdiçar assim a munição.
Dicas que podem ser úteis:
Não tendo um alvo a visar pela positiva (é frequente, como hoje!), é avisado escolher alvo pela negativa. O poeta dizia "sei que não vou por aí!". Em todo o caso, escolher!
E também votar no mal menor é um aceitável recurso, (bastantes vezes o único), ao contrário do que afirmam os radicais ortodoxos, sectários e inúteis. Esses orientam-se por dogmas de palha, salvaguardam nichos de mercado eleitoral, e alimentam-se das angústias do povo. Sabem muito bem que "quanto pior, melhor".
A falácia de que o PS é igual ao PPD, se não for ainda pior, é uma análise científica que já vem de há cem anos e ainda dura. Nesse momento da tragédia alemã, os dirigentes comunistas alemães, opondo-se ao governo social-democrata da República de Weimar, proclamavam ao povo, a mando de Stalin, "que venha Hitler, nós seguiremos Hitler!". Viu-se no que é que isso deu.
Em 2009, o Mário Nogueira descia triunfante a Avenida, com 300 mil professores pela trela, contra a avaliação da ministra sinistra. Com isso foi à vida a maioria absoluta no 2º governo de Sócrates. E os professores também foram. E nós com eles.
Em 2011, dizia Louçã que "recusar o PEC 4 era já o início da saída da crise". O guru dizia isto sem se rir.
Quanto aos ricos, a história informa que os ricos têm sempre razão. Já que, quando a não têm, vem a fraqueza dos pobres oferecer-lha. Mas isto só é verdade quando os pobres são inconscientes, ignorantes, e alienados, e toscos, (podem, eles podem ser outra coisa!) e acabam a merecer tudo o que têm. E não têm.