segunda-feira, 18 de maio de 2009

As 7 Maravilhas, ou a história lavada a seco

O prof. Pedro Dias é conselheiro d'As 7 Maravilhas de Origem Portuguesa. E é também autor da fala que se segue:
A escravatura nunca foi um objectivo da Expansão Portuguesa (...). O facto de esses lugares terem sido entrepostos onde alguns negreiros portugueses compravam escravos aos sobas africanos, que vendiam os homens e mulheres das próprias tribos ou das tribos vizinhas que capturavam, não é tão extraordinário que mereça referência nos textos do site das 7 Maravilhas. Mais de três mil anos antes de Portugal ser independente já os sobas vendiam súbditos aos núbios e aos egípcios. (...)
Após a conquista de S. Jorge da Mina pelos holandeses e, depois, pelos ingleses a esses, (!) a principal função da fortaleza foi a de entreposto de negros para levar para a América. A conquista holandesa de Angola, por exemplo, teve como fim o comércio de escravos para as plantações nas Antilhas, Pernambuco e Baía, que entretanto nos tinham conquistado.
Mas com a reconquista do Nordeste brasileiro e de Angola e Benguela, essse tráfico estancou. É certo que, até ao séc. XIX, houve envio de africanos para as Américas, mas em número que não tem comparação com o que os ingleses, holandeses e franceses atingiram.
Descontando os tropeções na língua, não é a pequena minúcia da história que mais causa repulsa. É a visão da história pátria em si mesma, mirada assim de esguelha, e de palas nos olhos.
Pedro Dias, professor e conselheiro, está bem onde está. N'As 7 Maravilhas, pois decerto, a lavar a história a seco, que é ofício muito antigo. Dava-me jeito saber onde lhe fica o estanco, para lá mandar branquear os lençóis da semana!