Em 2006 o Barroco Esperança publicou as Pedras Soltas, uma colectânea de crónicas que estão aí para se ler. E é logo no preâmbulo que ele inicia a fuzilaria contra o despautério. Sabendo nós que o Ruas foi parar à Europa pela mão do PPD, (pois quem!) cabe-nos a nós manter a memória viva e lembrar Viseu e o pai natal. Demos a palavra ao Esperança.
Li no Diário das Beiras uma interessante reportagem de Isabel Bordalo com o título: Viseu quer ser capital do Natal.
Diz mesmo que Fernando Ruas reclama para Viseu o estatuto de Capital do Natal.
Aqui está uma ideia que, podendo não ser boa, é, pelo menos, original.
Já tínhamos as capitais do Norte, do Centro e do Sul.
Já havia as capitais do rock, do jazz e da música pimba.
Já havia a capital da amendoeira e a da alfarrobeira, falta ainda a capital do pinheiro bravo.
Já tínhamos a capital do queijo, a do leitão e a do vinho verde.
Portugal tem imensas capitais. Mas faltava-lhe a do Natal. (…)
Permita-se-me que, com a devida vénia ao autor, proponha Lamego para capital da Páscoa, a Guarda para capital da quinta-feira da ascensão, e finalmente a minha aldeia para capital do 4º domingo depois do Pentecostes.
Ficou enxofrado o pio edil (…) e reiterou à mesma jornalista a obsessão de fazer de Viseu a capital do Natal.(…) Mas logo me dei conta de que o sr. presidente era muito novo para sonhar com São José, demasiado crescido para aspirar a Menino Jesus e excessivamente hirsuto para pretender ser a Virgem Maria.(…)
Tento ainda pôr termo à espiral reivindicativa temendo, a seguir a Alcobaça ou a Nazaré, os extremos a que pode chegar o presidente das Caldas da Rainha.