"Foi D. Duarte um rei muito bom, mas infeliz, não só por nevropata, mas também pela mágoa que lhe causou D. Henrique com a sua teimosia de uma segunda expedição a Marrocos, contra o parecer do rei e de D. Pedro, a quem tal política, excessivamente comercial ou de transporte, em prejuízo da produção, parecia "trocar uma boa capa por um mau capelo".
A expedição fez-se; e quando os portugueses cercavam Tânger, um exército mouro cercou-os a eles, cortou-lhes a comunicação com os navios, e só lhes prometeu o embarque contra a promessa de restituírem Ceuta, ficando em reféns, como garantia da execução dela, o infante D. Fernando.
Ceuta não foi restituída; D. Duarte morreu de desgosto, e a D. Fernando, martirizado em África, libertou-o a morte da sua miséria em 1443."