A dada altura o Guterres, bom espírito mas mau governante, declarou o pântano e foi-se embora. Com ele foi o Sócrates, seu ministro, que resolveu depois ir a Paris, buscar à Sorbonne os trunfos intelectuais que não tinha. E quando voltou tinha à espera a matilha das leis, essa corporação sinistra, para lhe tratarem da saudinha.
O PS ficara nas mãos de Seguro, um comparsa juvenil do Passos Coelho em vários objectivos. E foi altura de entrar em acção essa eminência intelectual do Relvas, que viera analfabeto do sertão e em três tempos se fez doutor.
O Relvas tratou de levar o Passos Coelho a São Bento, interrompendo um futuro brilhante no teatro Politeama a voltear zarzuelas. E a certa altura, seguro de que as grandes negociatas passavam pelos municípios, resolveu agir, avançando para uma reforma administrativa.
Foi então que o Rua, de Viseu, depois de açular o povo aos fiscais do ambiente, do alto da Associação Nacional de Municípios Portugueses lhe levantou a voz: vai-te foder e tira as patas daí, porque o lóbi autárquico foi sempre a grande força do PPD. E assim era.
O desgraçado Relvas extinguiu mil e tal freguesias, meteu o rabo entre as pernas e foi tratar da vidinha, como facilitador de negócios. É por onde tem andado, não se sabe bem com que sucesso. Nem interessa.
Voltam agora as autárquicas, enquanto o país arde inapelavelmente. Ninguém sabe ao certo o que fazer dele, enquanto prosseguem as negociatas. O povo emigra. É assim há 500 anos.