quinta-feira, 28 de abril de 2011

Alcatrão e água

Tenho filhos, tenho netos, é normal. Que por desgraça minha moram para lá de Cascais.
Quando me arrisco a ir vê-los, chego a Lisboa e ainda me falta outro tanto. Já me tem acontecido desistir, montar tenda no Rossio, embebedar-me de ginjinha e mandar o mundo à merda.
Há quinze dias tomei-me de brios e fui até ao fim. O pior foi o regresso.
Entre Lisboa, a Boca do Inferno, o arrabalde de Sintra e os outeirinhos de Mafra, entrei num labirinto de autopistas, numa profusão de nós viários, numa babilónia de sinais, numa barafunda tal de placas, que às tantas dei por mim muito perto do local donde havia partido.
Se eu fosse o agiota do FMI que por aí anda, punha os administradores de Portugal o resto da vida a alcatrão e água. Com juro de 20%.