O raposito era novo, fazia pouco vulto ali passado a ferro no meio da estrada. Não teve sorte, o coitado, um patusco qualquer vinha com pressa e deixou-o a sangrar ali na curva.
As estradas andam cheias destes patuscos suicidas. Pelam-se por bombas alemãs, de que fazem armas de arremesso, mas qualquer lata lhes serve. Sejam ligeiras, médias ou pesadas, lá vão eles prego à tábua como se não houvesse amanhã, sempre colados ao rabo do patusco da frente, seja verão ou inverno, dia ou noite, de farolada acesa.
Só param quando fazem carambolas, de três, de cinco, de mais, o recorde recente é de cinco camiões dos que mal cabem na via. Às vezes, pobres patuscos, por falta de óleo as latas pegam fogo, no tabuleiro da ponte, no túnel do grilo, no do marão.
Muitas vezes encontram-se na morgue, e todos juntos festejam.