No tempo em que os animais falavam e o país era um deserto, o dótor Relvas foi secretário de estado da administração local. Foi quando se divertiu a mandar formar técnicos locais para a operação de aeródromos que não existiam no mato. Quem fazia o serviço era a Tecnoforma, gerida por um tal passos coelho que mais tarde havia de ser primeiro-ministro dum governo de retornados. Uma tal aberração acolhia uma ministra das finanças que de finanças nada sabia, uma ministra da Justiça que andou por aí a fechar tribunais e a meter a justiça num inferno, e o próprio dótor Relvas como adjunto da administração local.
Foi então que passou pela cabeça do Relvas reduzir a administração e poupar: reagrupar e abolir municípios, esse feudo do PPD, que era um manancial inesgotável de arranjinhos e negociatas, e já vinha desde os tempos do Mouzinho da Silveira.
Só que… a direcção da ANMP estava nas mãos do Ruas de Viseu, o tal que mandou apedrejar os fiscais do ambiente! E, quando ele ouviu o Relvas ganir que ia reduzir os municípios, rosnou-lhe um larga o osso terminante. O Relvas meteu o rabo entre as pernas e eliminou 1200 freguesias. Fodeu a vida a mais uns milhares de patetas e ficou todo contente, antes de voltar ao seu papel de facilitador de negócios.
O governo anda agora a pensar em corrigir a argolada. E quando já toda a gente tinha esquecido o dótor Relvas, não é que o cabrão voltou a fazer-se ouvir? Ainda ladra, esse pulha!