sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eu voto

Não estou certo de que estas eleições fossem inevitáveis, pelo menos neste momento e nestas circunstâncias. Sei apenas que o velho Portugal as dispensava. E sei por que diversas razões a oposição inteira, e o presidente da República, acabaram por impô-las. Por que razões desvairadas e obscuras.
Mais do que no PS, de que muita vez discordo, eu vou votar em José Sócrates, de quem muito me distancia.
Por um bom par de motivos:
- Na infausta confluência de tantas fraquezas nossas, com o vendaval que a América soltou e devasta o mundo inteiro, nenhum outro governo teria feito melhor, caso tivesse existido.
- Conheço da nossa História o modo como as elites sempre trucidaram os melhores, quando ousaram levantar-se. E José Sócrates, que apenas será sofrível, resistiu à matilha, muito mais do que a matilha imaginava. O ódio de que foi alvo, que eu conhecia dos livros, há-de ter explicação. E esta comunicação ululante, esta imprensa mercenária, a morder num homem só, é coisa que eu nunca vira.
- Na situação desgraçada em que Portugal se encontra, e em que não há folgas na roda do leme, nenhum outro candidato me apresenta um vislumbre de vantagem. O meu voto vai para ele.