quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Energia: o que diz Obama (1)

Com vénia ao Dr. Luis Queirós
Presidente da Marktest e membro da ASPO - Portugal

Barack Obama colocou a questão energética no topo das suas prioridades de governação e anuncia uma série de medidas para o sector, a curto, médio e longo prazo. A concretizarem-se, elas irão ter um impacto significativo no modo de vida dos americanos.
O programa energético de Obama é audacioso, pois prevê a redução da importância das energias fósseis, o aumento da eficiência energética nos transportes e nos edifícios, um forte investimento nas energias renováveis e nos biocombustíveis, e a redução das emissões de gases com efeito de estufa, conseguida em parte pelos investimentos no sequestro do anidrido carbónico. Tudo isto visando três grandes objectivos: fomentar o emprego, reduzir a dependência energética externa e combater o aquecimento global. E, para compensar a bolsa dos americanos dos gastos excessivos em gasolina e no aquecimento doméstico, Obama prometeu oferecer, no imediato, um cheque de 1000 dólares a cada família americana, retirados aos lucros das petrolíferas.
As metas anunciadas são bem definidas no programa "New energy for America" e incluem, por exemplo: colocar nas estradas um milhão de carros eléctricos até 2015; aumentar em 4% por ano a eficiência dos veículos automóveis; produzir, em 2025, 25% da electricidade a partir de fontes renováveis; substituir, até 2030, 20% do consumo actual de petróleo por biocombustíveis; climatizar um milhão de casas em cada ano; e, a partir de 2030, conseguir que todos os edifícios a construir sejam energeticamente neutros. O programa aponta ainda para a urgente necessidade de renovar a rede eléctrica, não rejeitando a opção nuclear, hoje responsável por 70% da produção de electricidade não fóssil. Isto com preocupações expressas com a segurança e a armazenagem dos resíduos perigosos.
(continua)