Os portugueses tinham um governo. Com defeitos e com erros, é normal. Mas era um governo capaz, e era um governo patriota.
Era patriota porque estava ao serviço de Portugal e trouxe-lhe coisas indispensáveis que ainda aí estão à vista. E era o único governo que os portugueses poderiam ter, capaz de levantar a voz às hienas da finança, que tomaram conta da savana em que o mundo se tornou em 2008. Era um governo credor de respeito, e por isso mesmo só recebeu o ódio da parte das oligarquias do poder. Não havia em Portugal primeiro-ministro mais odiado desde o marquês de Pombal.
Na sua insuperável ignorância e imbecilidade, os portugueses deixaram-se levar por contos do vigário e correram com ele.
Agora só um milagre os poderia salvar. Era o Seguro ser um homenzinho, e entregar a direcção do PS a quem tenha capacidade para o dirigir e convencer o eleitorado. Ainda lá há gente dessa, e o desgoverno actual não duraria um mês.
Ora um tal milagre não vai acontecer, nem esse nem outro qualquer. A única coisa que Portugal tem por certo são os incêndios de Verão. O que significa que os portugueses não têm salvação e vão pagá-lo caro. Com eleições ou sem elas.