Confesso que não levei a sério a oportuna declaração do papa Francisco, que desta vez é que era, vinha aí a Igreja ao serviço dos pobres.
O que mais me ocupava a cabeça eram as notícias do lodaçal do Vaticano, com lobys-gay, conspirações internas, corrupção no IOR, negociatas com a mafia... tudo aquilo que levou à renúncia do papa Ratzinger.
Era um cepticismo exagerado, o meu! Pois no meio do espavento da primeira missa do novo cardeal, nos Jerónimos de ontem, o Cavaco, o Passos e até mesmo o lacrauzito do Portas, foram recebidos com palmas e louvores pelo fervor da assistência. Esses três pobres, tratados a insulto e a desprezo sempre que ousam pôr o pé na rua, foram afinal objecto do calor dos crentes.
Eu fico-me a suspeitar de que os pobres da Igreja não são todos iguais. Mas quem melhor o sabe é o Vaticano, e mais o papa Francisco, e o cardeal dos Jerónimos.