domingo, 19 de setembro de 2010

Refrão

O pargo estava no ponto e a bola na tv até corria bem, com os lampiões a ganhar. O que me deprimia era o casal em frente.
Trinta e tal anos, uma filhita pré-adolescente, o raspejar duma colher no prato e um silêncio de sepulcro a dividi-los.
- Ao menos um estralejar de hormonas! - matutei. - Nem esse pouco?!
Foi quando a rapariguita me trouxe à realidade e se pôs a trautear:
- Olha a bola, Manel, olha a bola...
Ainda agora me interrogo como é que soube o meu nome.