sábado, 6 de junho de 2009

Reflexões em dia de reflexão - I

1 - EUROPA
Antes de dizer respeito a outros campos da política, esta jornada eleitoral refere-se à Europa, ao Parlamento Europeu.
Diz-se que o projecto europeu vive tempos sombrios. Que existe por baixo dele um défice de ideal, de democracia e de participação dos cidadãos. Que o Tratado de Lisboa é uma ameaça à nossa vida e à nossa soberania. É capaz de ser tudo verdade.
Porém, não foi por isso que as questões da Europa foram mais discutidas. E até vinham a propósito. O que é que a Europa deveria ser? O que é que não deve ser? Qual o contributo que Portugal pode dar, para ela ser o que devia? E afinal ela é o quê? Que políticas deviam ser alteradas? Que poderes faltam ao Parlamento? De que males padece a Comissão? O alargamento já foi longe demais, ou deve ser alargado a mais vizinhos? Deve criar-se (e pagar-se) uma Defesa comum? E uma Diplomacia comum? A deslocalização interna de empresas serve o equilíbrio geral? A resposta da Europa à crise que se instalou é adequada às circunstâncias? Uma Europa a várias velocidades é ou não de aceitar? E que espécie de monstro é esse tal Directório?
Quanto a Europa, ficámos todos na mesma, pois nada disso foi objecto de conversa. Nem sequer de discussão. Muito menos de debate. Por culpa dos partidos concorrentes, claro está. Mas não é igual para todos. E não é que fôssemos agora descobrir a pólvora! Mas ao menos não fazíamos figura de palermas.