Era eu ainda um ganapo quando o Pavelca apareceu na aldeia. Era um puto loiro, de estranhos olhos azuis, que vivia em casa do padre. Passado algum tempo já ele arranhava a nossa língua, já tomava parte nas nossas brincadeiras.
Um dia desapareceu, terá ido para a América, se ainda hoje por lá anda. E eu demorei muitos anos até perceber tudo.
Em 1956 houve uma bronca na terra dele, que era a Hungria. Os tipos de Moscovo entraram por ali dentro e impuseram as suas leis. Milhares de húngaros deram à sola, ou mandaram os filhos para local seguro. E o Pavelca, apenas um exemplo, veio parar à aldeia.
Tanto barulho para nada.