segunda-feira, 13 de abril de 2020

Primaveras

A segunda-feira da Pascoela era (se o não for ainda) o dia da Senhora da Saúde, numa aldeia vizinha. Velhos e novos lá iam campos fora, ladeando searas, fazer a romaria. 
Em chegando entravam na capela a cumprimentar a santa, a assistir à missa e ao sermão. E a qualidade do pregador media-se pelo fungar das devotas, que lacrimejavam. 
No fim acomodavam-se por ali, estendiam nas fragas os farnéis donde quem-quer se servia, e já ao lado um taberneiro oferecia dois pipos em cima duma burra. Era uma alegria.
A meio da tarde havia que regressar, tomando o mesmo caminho. E ao fim do dia havia bailarico ao som da concertina do mestre Batuta, que ia mimando os esgares do solfejo.