... a questão está em que vivemos de pés assentes num chão que se faz de equívocos.
O primeiro equívoco é o do crescimento contínuo, que a toda a hora nos persegue. Porém só é verdadeira alguma ilusão dele, enquanto a penúria de muitos alimentar a fartura de uns tantos, que crescem continuamente.
O segundo equívoco está em admitirmos que qualquer vida é possível, com uma China pré-escrava feita fábrica do planeta.
O terceiro equívoco reside na ideia de que pode haver equilíbrio, quando 6% da população consome 25% das reservas de energia.
O quarto equívoco consiste em acreditarmos que o mundo pode ser outro, sem que antes mude o american way of life. Seguimos-lhe as modas todas, sem darmos conta de que somos servos dele.
O quinto equívoco está em pensarmos nós que esta desordem do mundo é consequência do fado, ou resultado da história natural, atrás da qual não há actores responsáveis. Vivem todos mascarados, porém são bem reais: este, político; aquele, financeiro; uns, cavalheiros de indústria; outros, magnatas da imprensa.
E esta máscara de democracia, que só usam como disfarce enquanto tiver que ser, é a muleta com que nos levam ao engano.