Há-de ser distracção minha, que não sei em que ficou aquele caso do computador roubado a Miguel Sousa Tavares, e levava um romance no ventre.
Há males que vêm por bem, se não houver aqui conspiração de alguma musa inquieta, que assim torceu as voltas a quem pôs o país a ler, desde que decidiu tornar-se escritor.
Ao sair do campo da intervenção jornalística, onde construiu figura que muitos reconhecem, alguns estimarão e aqui se respeita muito, MST caiu na velha pecha, que é trocar o certo pelo duvidoso. E pouco mais tem feito do que sujeitar a tratos de polé as artes literárias. Pois se EQUADOR era ainda assim um objecto sofrível, o RIO DAS FLORES é uma coisa medíocre, para não dizer lastimável. Deixaria incomodado o próprio autor, caso ele desse mostras de saber que há uma boa diferença entre produzir literatura, e vender frutas no mercado do Saldanha.
Pelas amostras precedentes, o romance roubado a MST não há-de ser flor de bons aromas. Abençoado ladrão, era agora caso para dizer! E mais ainda se ele tomasse a cargo os computadores doutros mixordeiros que andam por aí, também a vender gato por lebre!