sábado, 31 de agosto de 2019

Que é que é?

No meio das fake news da comunicação, da obsolescência programada das máquinas, da ruideira da net, da barafunda das redes sociais, da ruína precoce das embraiagens mecânicas, dos Trumps e Bolsonaros da política, dos cursos de Medicina da Católica "chumbados" pela Ordem dos Médicos... já não sei bem o que é. Vai deitado e vem de pé?

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Vergonhas

Foi há muitos anos e acabei por me curar, mas vivi tempos com rosetas na cara. Afinal o meu país era de marinheiros, afinal tinha uma árvore genealógica feita de egrégios avós, não tinha jeito nenhum ter assim medo do mar.
Na altura era eu nosso cadete, seja lá isso o que for era o que me chamavam. Novato pois. E uma parte das férias do Verão era passada em Aveiro, a conhecer uma aeronave primitiva que os inventores já tinham esquecido. Num domingo, sem mais nada que fazer, fui até à praia.
Fiquei entusiasmado perante a rebentação. E em pelota aqui vou eu!
O mar agarrou em mim, deu-me sete voltas enroladas em areia, e, quando eu já não sabia de que terra era, vomitou-me cá para fora.
Olha se o magano decidia puxar-me lá para longe, onde não havia pé? A história trágico-marítima ganhava um novo capítulo!

domingo, 25 de agosto de 2019

Gato por lebre

Há muitos anos, no fim da guerra de Espanha, não restava em Castela uma galinha. Anarquistas, comunistas e franquistas tinham-nas passado ao estreito, que todos tinham para isso um bom motivo.
De forma que os castelhanos, montados em jericos, vinham pelas aldeias da raia a comprar ovos. Só regressavam com a carga já composta.
Havia ali no meio do povo uma taberna onde a estalajadeira lhes servia comida. E um dia fez um guisado de coelho.
Os comensais puseram-se a dizer que era romízio, a rir. E bem podia ser. Mas afinal, muito embora a patroa jurasse a pés juntos que era lebre, os castelhanos lá despacharam o gato. O pobre bicho assim  mudou de nome, e soube-lhes que nem ginjas.

sábado, 24 de agosto de 2019

Partir as trombas

A malta do Bloco é uma tropa simpática, bem falante, cheia de intenções de que se não duvida. Mas falta-lhe tarimba de poder.
Não tem medalhas autárquicas nem sindicais, e outros aconchegos que dão jeito. E os seus antepassados são o que se pode chamar uma tropa fandanga.
Ora se é verdade que de ruim ninho sai o bom passarinho, também o é que se deve ajustar a passada à dimensão do pé.
Só para evitar partir as trombas.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Nome de cão

A senhora é poetisa e professora, poetas americanos são com ela. De horas em quando escreve o seu poema, depois começa a cortar nele até chegar ao osso. É então que o dá por pronto.
A voz dela é suave e é humilde e temerosa. Responde ao jornalista que a entrevista no rádio, sobre uma americana.
- Poeta ou poetisa?
- Digo poeta mas não sei ao certo!
Eu acho que poeta é o nome certo da minha cadela. Não faz versos, dá ao rabo, e passa a hora do calor de olhos fechados e focinho estendido sobre as patas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Feira finda

Há um sobressalto na paisagem. Do céu fugiu a cor. A brisa bate à porta. Vem entrando Saturno, o melancólico.

sábado, 17 de agosto de 2019

Gateira

A primeira coisa que os gatos me fazem, sempre que apanham na horta uma lagartixa, é cortar-lhe o rabo. Depois trazem a bicha para o alpendre, como se fosse uma prenda, e divertem-se com ela enquanto lhes agrada.
A porta não tem gateira, coisa antiga. E ele há noites, quando eles andam à sirga e tardam, em que eu me deito com a porta aberta.
Hoje encontrei no quarto um par de lagartixas. Sem rabo, paradiças, meias tontas.
Pu-las na rua e dei-me por contente. O que é que eu vou fazer se um dia me trazem pr´aqui um jacaré, digamos um hipopótamo, daqueles que deve haver lá em baixo na represa. O melhor será fechar a porta!

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Patuscos suicidas

O raposito era novo, fazia pouco vulto ali passado a ferro no meio da estrada. Não teve sorte, o coitado, um patusco qualquer vinha com pressa e deixou-o a sangrar ali na curva.
As estradas andam cheias destes patuscos suicidas. Pelam-se por bombas alemãs, de que fazem armas de arremesso, mas qualquer lata lhes serve. Sejam ligeiras, médias ou pesadas, lá vão eles prego à tábua como se não houvesse amanhã, sempre colados ao rabo do patusco da frente, seja verão ou inverno, dia ou noite, de farolada acesa.
Só param quando fazem carambolas, de três, de cinco, de mais, o recorde recente é de cinco camiões dos que mal cabem na via. Às vezes, pobres patuscos, por falta de óleo as latas pegam fogo, no tabuleiro da ponte, no túnel do grilo, no do marão.
Muitas vezes encontram-se na morgue, e todos juntos festejam.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Posfácio

No longínquo Natal de 1977 foi-me oferecida em Berlim esta novela do biólogo canadiano Fred Bodsworth. Num país que já não existe, de uma editora que há muito deixou de haver. Ora não havendo entre nós nenhuma tradução, nada como fazer uma pirata.
É a narrativa romanceada da migração do último maçarico-esquimó, que acabou dizimado a tiro nas planícies do midwest americano. 
Sendo um voador poderosíssimo, nunca criou medo dos homens nem se defendia deles. A sua velocidade de partida permitia-lhe escapar em segurança. E por isso acabou dizimado, provavelmente extinto,nos finais do séc. XIX. Se algum exemplar sobreviveu, foi em tão pequeno número que não garante a reprodução.
Migrante de Ártico a Antártico, era fidelíssimo à fêmea. Nidificava a norte do Ártico, descia para sul ao longo da costa leste da América, em voos ininterruptos de sessenta horas sobre o mar, até ao vale do Orinoco. Dali descia ao sul da Patagónia. E iniciava o regresso pelo interior das Pampas, cruzava os Andes até ao Pacífico e subia o midwest americano à medida que a Primavera o chamava. O seu objectivo era chegar à reserva, onde construía o ninho sempre no mesmo lugar. Os filhos adultos seguiam o mesmo destino, de acordo com as leis da Natureza.

domingo, 4 de agosto de 2019

O último maçarico-esquimó 28


Maio ia a meio. A ondulante planície canadiana, lavrada de fresco, fumegava ao sol. Os maçaricos seguiam de perto a máquina enorme, que ribombava como a rebentação do mar. As minhocas eram gordas, e, antes de eles as engolirem, ficavam alguns segundos ao sol, revolvendo-se em contracções convulsas. Na tundra começava a derreter a neve. Nos ovários da fêmea, o primeiro de quatro ovos estava pronto a ser fecundado.
            O macho elevou-se no ar, o seu canto forte soou impetuoso. Pairava lá no alto, sobre o terreno escuro da planície, onde uma faixa acabava de ser lavrada. O bramido da máquina parou de súbito, e o maçarico mal se deu conta disso. Tinha todos os sentidos concentrados na fêmea, que lá em baixo tremia de excitação, acocorada no solo escuro. O homem estava imóvel em cima do tractor, a cabeça deitada para trás. Olhava para cima, e com a mão protegia os olhos do intenso brilho do sol. O maçarico deixou-se cair, a fêmea soltou um grito estridente. Ele apanhou do chão uma minhoca e avançou para ela. De pescoço estendido, batia fortemente as asas, ao mesmo tempo que viu o homem saltar do tractor e correr para a estaca duma sebe, onde tinha pendurado o casaco. Em circunstâncias normais, mesmo os próprios maçaricos teriam então fugido assustados. Porém, tendo-se deixado alimentar, a fêmea continuava ainda a bater as asas, numa agitação apaixonada. Ela rendia-se à cópula, e, no êxtase do acasalamento, ambos ficaram cegos perante o que se passava em redor.
            Um estampido ecoou no céu claro, e o seu trovejar parecia vir de todos os lados. A terra espirrou em volta das aves, crepitante como pedras de granizo.
            O macho fugiu, mantendo-se rente ao solo. Assim podia fugir mais depressa, pois em subida seria menor a velocidade. Até que se deu conta de que a fêmea não estava junto dele. Voltou atrás, com gritos roucos e penetrantes de aflição. O corpo castanho dela estava ainda inclinado no solo. O macho pairava sobre ela e gritava como louco.
            Então um segundo trovão ribombou sobre eles. Uma pancada violenta e invisível atingiu-o e arrancou-lhe duas rémiges de uma das asas. Rodopiou no ar e abateu-se ao lado da fêmea, completamente surdo. Estava espantado, confuso, perante um inimigo que atacava sem que ele pudesse vê-lo. Novamente levantou voo. Depois venceu o medo e voltou para junto da fêmea. Ela estava de pé e gritava, rouca de medo. Batia as asas em vão, até que, lentamente, conseguiu levantar voo. Penosamente ganhou velocidade e altitude. O macho aproximou-se, voando rente a ela.
            Ele gritava alto, mas ela emudecera. Voaram durante alguns minutos, até deixarem para trás o campo com o terrível trovão no céu quente. Mas a fêmea era lenta, cada vez se atrasava mais. O macho veio até ela, incitou-a a voar, e colocou-se de novo à frente.
            O voo dela era cada vez mais lento e desajeitado. Deixou de controlar uma asa e isso desequilibrou-a. A plumagem macia do peito tornou-se-lhe escura e húmida. Ela chamou de novo por ele, e não eram gritos de medo, mas gorjeios doces de ternura.
            De súbito despenhou-se no solo. As asas batiam ainda, parecia o vibrar excitado do acasalamento, e o seu corpo rodopiou, até se imobilizar no chão húmido.
            O macho gritou, ela devia segui-lo. Ele ainda tinha medo do chão firme. Mas a fêmea não se mexia e ele manteve-se a circular. Ela devia ter ouvido a sua censura, porém não respondeu.
            Longo tempo depois venceu o medo e poisou a seu lado. Protector, limpou-lhe as penas com o bico. A noite chegou e a tundra atraía-o, chamava-o, pois era tempo de fazer o ninho. Levantou voo várias vezes, chamou-a, voltou atrás, e ela não o seguiu. Finalmente adormeceu encostado a ela.
            De manhã elevou-se no céu acinzentado. Dilatou os pulmões e fez ecoar o seu canto nupcial. Cortejou-a. Quis dar-lhe comida, ela não a aceitou. E a tundra chamava imperiosamente. Ele levantou de novo, chamou-a mais uma vez. Depois ganhou altitude e afastou-se. O sol nascente brilhava rosado na sua plumagem e ele dirigiu-se para o Norte. Silencioso e sozinho.

            Na tundra, os charcos de água derretida, os montes de cascalho e os pequenos prados na curva do rio não tinham mudado. O longo voo tinha esgotado o maçarico. Mas, quando uma tarambola-dourada se aproximou demasiado da sua reserva, avançou para ela e atacou. O verão polar era curto. Ele tinha que manter a reserva pronta para a fêmea. O instinto dizia-lhe que ela em breve iria chegar.

O CORREDOR DA MORTE

            L. L. Snyder
            As aves do Árctico Canadiano
            Imprensa da Universidade de Toronto
            em colaboração com o Museu Real
            de Zoologia e Paleontologia do Ontário
            1955

            Maçarico-esquimó, Numenius borealis.
            Presumivelmente extinto... Visto pela última vez perto de Galveston (Texas), a 29                 de    Abril de 1945. Antigamente muito disseminado...

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O último maçarico-esquimó 27


11

            Nas pradarias do Nebraska e do Dakota chegara o tempo das sementeiras. Monstros de aço, barulhentos como a rebentação do mar, andavam por aqui e por ali, sobre a lavrada, e faziam longos sulcos regulares. A maior parte das narcejas evitava as ruidosas máquinas e os homens que as conduziam. Pilritos-das-praias e pernas-amarelas interrompiam a busca de alimento e ficavam alerta, quando o lavrador estava ainda a cem metros de distância. À aproximação da máquina levantavam voo, gritavam estridentemente e fugiam. E só voltavam a poisar quando ela estivesse lá longe, a quilómetro e meio de distância. Mas os maçaricos-esquimós não manifestavam qualquer receio. Ao longo da história do seu desenvolvimento, a espécie aprendera que não tinha necessidade de reacções complexas de medo. Possuía asas fortes e voo rápido. Os maçaricos podiam simplesmente ignorar um perigo ameaçador, pois escapavam com facilidade a uma raposa ou a uma ave de rapina, no último momento. Por esse motivo desaparecera a reacção de medo, como acontece a cada capacidade e a cada instinto que ficam sem utilização. Os pilritos confiavam numa apertada vigilância, e os maçaricos na força das suas asas.
            Por isso seguiam de perto as ribombantes máquinas. Ao lavrar, elas punham a descoberto o rico alimento que constituíam as minhocas brancas e as lagartas.
            Ao longo deste tempo, as gónadas tinham aumentado a secreção, de acordo com o ritmo fisiológico anual. O seu desenvolvimento estava exactamente adaptado à velocidade de deslocamento da Primavera para Norte. Tanto os seus corpos como a tundra deviam estar simultaneamente preparados para a construção do ninho e a postura dos ovos. A Primavera era cada vez mais perceptível, aproximava-se do seu ponto alto, e com isso também as emoções das aves eram cada vez mais impetuosas. Com as altas temperaturas do corpo e os rápidos processos metabólicos, elas vivem, aliás, mais depressa e mais intensamente do que todas as outras criaturas. E, do mesmo modo, quando a época de acasalamento se aproxima, fazem a corte e amam com ardor e paixão mais agitados.
            Agora o macho extravasava muitas vezes por dia os seus sentimentos, mostrava o seu amor à fêmea. A sua corte era agora muito mais impetuosa do que antes. Atirava-se de súbito para o ar, agitava as asas e cantava a sua clara e vibrante canção nupcial. Esta era mais melodiosa e doce do que em qualquer outra época do ano. Alguns segundos após, batia violentamente as asas e subia quase na vertical, arrastando as longas pernas, até atingir umas centenas de metros sobre a pradaria. Aí batia as asas e cantava de novo, para que a fêmea ouvisse, enquanto ela gorjeava e saltitava, excitada. Depois deixava-se cair de encontro a ela, recuperava baixo, subia de novo, e poisava finalmente a alguns metros de distância.
            Ele arfava de excitação, cantava alto, respirava profundamente fazendo inchar o pescoço e o peito, tufava a plumagem e estendia as asas, gracioso, sobre o dorso, até a fêmea o convidar a aproximar-se. Ela saltitava, de asas frementes, e fazia ecoar o penetrante apelo com que pedem alimento as crias que mal começam a voar. Ele avançava para ela, cerimonioso, de novo batendo fortemente as asas, quase parecia que andava pelo ar. Peito inchado contra peito inchado, o macho estendia o pescoço e alisava-lhe ternamente as penas castanhas, com o longo bico.
            Isso durava alguns segundos, depois o macho afastava-se. Procurava uma minhoca, regressava junto da fêmea e colocava-lha suavemente no bico. Ela engolia-a. E as penas do pescoço ficavam de novo lisas, as asas paravam de tremer, tudo tinha passado. Até agora, este gesto de ser alimentado constituía o ponto alto do seu amor. Os corpos não estavam ainda prontos para o acasalamento.
            Depois de cada uma destas manifestações amorosas, a tensão diminuía por algumas horas. Tratava-se de um expediente, mas eles ficavam satisfeitos. A união dos corpos só viria depois.
            E avançavam continuamente para Norte, vencendo umas centenas de quilómetros por noite. O desenvolvimento sexual do macho decorria mais acelerado, ele estava já pronto para o acasalamento. O seu desejo tornara-se indomável, e passava quase todo o dia cortejando ardentemente a fêmea. Porém, de cada vez que lhe trazia alimento, a excitação dela diminuía, e tudo ficava por ali.
(Cont.)

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O último maçarico-esquimó 26


No princípio de Abril de novo se apoderou deles a velha inquietação. Faziam breves deslocações nocturnas, e lentamente iam acompanhando a Primavera. Voavam de vez em quando várias horas, antes da pausa da alvorada, por vezes ficavam vários dias no mesmo local. Esperavam até que a Primavera avançasse, voavam depois um par de noites até a alcançarem, ultrapassavam-na e esperavam outra vez por ela. O sinal de partida era-lhes dado pelas flores dos salgueiros, nas margens dos riachos. Quando estas abriam e inundavam de pólen as suaves brisas da noite, os maçaricos lançavam-se para o ar. Voavam até chegarem a um local onde os rebentos dos salgueiros ainda estivessem fechados, e onde a ervagem da pradaria tivesse ainda a cor castanha. Enquanto esperavam, comiam com abundância, ovos de gafanhotos que os seus bicos sensíveis detectavam no solo húmido. E, quando os rebentos dos salgueiros brotavam em flor, continuavam a avançar para Norte.
            A cada semana a urgência era maior, pois a Primavera alastrava cada vez mais depressa, pelas vastidões do Norte.



O CORREDOR DA MORTE

A torda-mergulheira
Publicação quadrienal sobre Ornitologia
Editada pela
Liga de Ornitólogos Americanos
Lancaster (Pensilvânia)
            Comunicações gerais. Híbridos naturais entre Dendroica coronata e D. Auduboni... Colibri-de-bico-grosso (Eugenes fulgens) no Colorado... Maçarico-esquimó no Texas. Em Março, perto de Galveston (Texas), foram avistados pelo autor e por vários outros observadores dois maçaricos-esquimós, os quais, segundo todos os indícios, estavam acasalados. Encontravam-se no meio de um grande bando de várias espécies de narcejas, entre pilritos-dos-prados e das-praias, abibes, galinholas, bem como garças e centenas de maçaricos-norte-americanos. Todas as aves procuravam alimento num terreno paralelo à costa, composto de zonas arenosas, charcos e pedaços de relva. A proximidade directa entre maçaricos-esquimós e norte-americanos ofereceu uma bela oportunidade para comparações.
            Eram evidentes o menor tamanho do corpo e o bico mais curto dos maçaricos-esquimós. À luz clara do sol da tarde, quando as aves se moviam, podiam reconhecer-se claramente o grande recorte escuro das asas e a falta da risca ao meio da cabeça. Durante uma hora revimos todos os sinais ornitológicos. Isso aconteceu com ajuda de binóculos, a partir duma viatura estacionada a menos de cem metros de distância... Como acontece muitas vezes junto da costa texana do golfo, durante a época de migração da Primavera, uma trovoada na noite anterior, com forte precipitação e ventanias de Sul, obrigou as aves a poisar aqui temporariamente. - Sargento Joseph M. Heiser Junior...

            A MIGRAÇÃO DA PRIMAVERA   (RESUMO)

            A observação de um casal de maçaricos-esquimós na ilha de Galveston (Texas) foi sem dúvida o resultado mais notável. Este é o primeiro registo aceitável desta espécie, desde há vários anos. Ao longo dos últimos vinte anos, apenas aves isoladas foram ocasionalmente avistadas. Tem grande significado o facto de se tratar aqui, provavelmente, de aves acasaladas. Enquanto existir um casal, mantém-se a esperança de que talvez a espécie se não extinga...
(Cont.)