domingo, 31 de julho de 2016

Trudeau e o Canadá que andava a fazer falta

Aqui e ali.

Ouve só

Olha e cala-te!

Pro bono

A dona NATO tem ao seu serviço uma lista de lacaios da desgraçada Europa, onde pontuam uns ingleses que tentam sobreviver, uns franceses em busca da identidade perdida, e o célebre turco Erdogan, o cavalo de Tróia novo. Porque os rapazes do Texas gostam mais de putas e de coca-cola do que de sujar as botas.
Depois dos crimes da Líbia, do Egipto e do Iraque, estava na lista a Síria do Assad. Porém este, que tinha as costas quentes da Rússia do Putin, saudou-os de longe e mandou-os levar na anilha. Correu a bombas-barril os rebeldes da primavera, encurralou-os em Alepo e condenou-os à fome. Por fim abriu-lhes um corredor de salvamento e mandou-os matá-la aos restos da lixeira.
Eles lá foram. E o Putin deu mais uma lição a quem a quiser tomar. Mandou dizer que por enquanto é pro bono.

sábado, 30 de julho de 2016

O paraquedista da propaganda

O autarca propagandista, que atira pela janela meio milhão de euros do orçamento camarário em alindamentos de rotundas, aparece a lamentar que a redução de portagens na A23 e A25 seja tão exígua e insignificante.
A cidade tem a decadência a que está condenada e bem merece. Por falência do PS distrital, inçado de seguristas, carreiristas e colaboracionistas. Perdeu tudo quanto tinha, e era muito, para Viseu, Covilhã e Castelo Branco.
Nem o cu da Guarda, nem o anjo dela, lhe podem valer!

Onze dias, onze, porra!

Até que o André Macedo pôs o lombo a jeito e mudaram a albarda.
Vão-se foder todos juntos, que é como vão acabar.

No alpendre, ouvindo ao longe um cão

Lírica antiga, que algumas cabeças ainda guardam!

Noite escura, noite escura,
Eu bem sei quem te arreceia:
Quem tem um amor pastor
E lhe vai levar a ceia! 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Aquele estranho caso do fariseu calvinista que não chegava a ter "personalidade jurídica", como dizia o palhaço rico.

É este que vem aqui ao fundo, no texto do DN.

Quando uns fazem o que devem

São dois aviõezinhos amarelos e um zumbido no ar, com flutuadores e focinho comprido. Ontem era um helicóptero, que enchia o saco na barragem ao lado. E já tinha o incêndio controlado quando a noite chegou.
Ao lusco-fusco partiu, pois que remédio. A encosta reacendeu-se, e foi à luz dela que reguei as plantitas da horta, já de noite. E o fogo por lá andou, em roda-livre, com luzinhas de bombeiros ao redor, mais não podiam fazer.
De manhã havia fumos dispersos, a escapar de algum tronco em combustão. Agora chegou esta parelha. Amaram no espelho de água, enchem os tanques internos, retomam gás e lá vão. Repetem o circuito, largam uma chuvada na encosta, amaram outra vez. E quando lhes parece vão-se embora, porque nada disto é o da Joana. 
Eu assisto do alpendre e regozijo-me. Até que deixo de os ver, só um zumbido a afastar-se, cada vez mais longe. E volto a regozijar-me, porque a vida é bem melhor quando uns fazem o que devem. Dos outros não há nada que esperar.

Deutsche Bank?!

Antes quero um Titanic! Esse ao menos tinha orquestra a bordo!

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sanções

Este holandês voador, de nome indizível e existência ainda mais improvável, tem sido o cavaleiro andante das sanções calvinistas ao Sul. 
Padece da dor de corno dos fundamentalistas, zelosos de que todo o céu é seu. E ficou desiludido por não haver sanções aos países do sol, mesmo se iníquas.
Ficou a ladrar sozinho, mas já ameaçou voltar à carga.

Bullshit

Literal.                           [chegado de JJ]         [clicar]

Anacronismo

Shankar & Karsh Cale & Sting.
«(...) (Os portugueses) venceram as lendas antigas do mar tenebroso e alcançaram a Índia, e submeteram as deslumbrantes terras orientais à força de canhões, e feriram de morte culturas requintadas, e apoderaram-se das rotas do comércio com uma ferocidade selvagem, e trouxeram à Europa os ouros da Mina e do Monomotapa, e os escravos de Ajudá, e as canelas do Ceilão, e as pimentas do Malabar, e as porcelanas da China, e as sedas do Japão, e os cavalos da Pérsia, e os algodões de Cambaia, e a noz-moscada das Molucas, e os rubis, as pérolas, as lacas, e até um rinoceronte que emboscaram num sertão de Bengala e vão oferecer ao papa. (...)»
[Jorge Carvalheira, As Aves Levantam Contra o Vento, Ed. Quasi, V. N. Famalicão, 2007]

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Multa zero

Tão inesperada quanto surpreendente, a multa de Bruxelas a Portugal é zero. Grão a grãoapesar disto! E os mixordeiros, esses, nunca faltam.

Os sipaios serviçais

De cu à mostra.

Este melro

Só deixará de levantar poeiradas e provocar confusões quando for chamado para ministro. Os professores e a Educação?! Quer ele bem saber disso!

Bach - suite francesa

Maria João Pires.

Ó Pestana, o tempo dos teus leitores já será "o da Joana"?!

Faz todo o sentido trazer a lume a tragédia da tua terra e do teu povo, e das gerações da juventude dele, às mãos dos cleptocratas de dentro e de fora: os kassules, as himbas, os bandos de meninos marginais, os desalojados e vítimas da guerra, e dos mercados do petróleo e da maldição dos recursos.
E as Sofias, os meninos ricos, os restaurantes de luxo da cidade mais cara do mundo. E a ruína que tudo isso promete e anuncia.
Mas gastar 400 páginas do tempo dum leitor com esse assunto, num sertanejo e exótico registo, não será demais, não há mais mundo?! 
Claro que há, crepuscular e doente. Mas há, anda aí à nossa frente. O resto é prolixidade inútil.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Não será ainda o último estertor

Mas já nos bastava que fosse o penúltimo.

Uso e porte de armas, para que conste

Sou militar na reforma, tenho ali um revólver e uma caixa de munições, registados e legalizados segundo as normas legais. Tenho direito (extinto!), a licença e porte de arma.  
Contrariando as normas promulgadas em 2015, e as determinações em vigor, e as páginas ilegíveis da literatura que o assunto motivou, declaro expressamente: 
1 - Que me estou cagando para as conclusões dum qualquer superintendente da PSP sobre a minha idoneidade;
2 - Que quero que o Ministério Público do meu país se vá foder;
3 - Que os prazos presentes e futuros, estabelecidos nesta circular, vão todos p´ró caralho;
4 - Que o poder político e administrativo que assim determinou vá apanhar no cu.
Para que conste!

O Varoufakis, o alemão da cadeira de rodas, as elites europeias da belle époque nova, e uns sipaios indígenas que as servem...

Estão aqui todos. Alguns de cu ao léu.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A Turquia foi, e é

Isto! E aquilo|

A ser assim

Não era já tempo há muito tempo?! 

(eu diria que nevava)

aqui as pedras falam de um outro mundo sem areias
nem flor de sal

dizem trigo e papoilas

aqui o céu fica mais perto e respira-se um azul
feito de terra, uvas e chuva fria

daqui também se gritam as palavras
que os ecos do oceano esqueceram 
pelo caminho
[Maria Afonso, (eu diria que nevava), ed. Canal Sonora, Tavira, 2016]

domingo, 24 de julho de 2016

O sujeito que está preso num passado mas não é saudosista

E o tempo não se media 
em horas
minutos
segundos.
Era o tempo da luz a desaparecer
lentamente, 
até não conseguirmos ver
a baliza inventada
do outro lado da rua.

Ilustrações satíricas

[vindas de JJ]

A Grécia, do Siriza

A sujar os pés, porquê?! Perguntas e perguntas e perguntas...

Se o PÚBLICO, esse jornal de referência...

... publicasse este texto, para confundir e enganar expressamente a opinião pública, não faria melhor! E a experiência já mostrou que a ingenuidade nos sai cara.

Antes de me ir à manhã na horta

Deixo-vos Mendelssohn, o Bartoldi.

Fado novo outra vez!

Sei bem qual era o remédio! Mas... os franceses estão a chegar e precisam de consolo, coitados!

Guerrilha urbana

Em parelhacomo aconselha o manual!

À atenção do "handicapado" da cadeira de rodas

Para o caso de não ter ouvido falar.

sábado, 23 de julho de 2016

O ritual dos calvinistas

A assistir, o crente sipaio indígena, claro!

J. S. Bach

Dois violinos.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Shankar e Miño

Buleria!

Este homem é estúpido ou anda confuso, basta lê-lo!

Bem fez o Costa em calçar-lhe os patins.

Manifesto Comunista

A editora Guerra e Paz apresentou recentemente três edições de luxo de três obras fundamentais dos últimos 150 anos: o Livro Vermelho do Mao Tsé Tung, o Mein Kampf do Adolf Hitler, e o Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Do preâmbulo a este último, de Manuel S. Fonseca: «(...) Em 1847, Marx e Engels eram membros da Liga dos Justos, associação revolucionária secreta, formada por operários alemães expatriados, em Paris. 
A Liga, que estava longe de ser um partido político, passa nessa altura a chamar-se Liga dos Comunistas. E os seus seguidores, seduzidos pelo 'comunismo crítico' de Marx e Engels, pedem-lhes que escrevam um "catecismo doutrinário", que defina os propósitos e a linha política da Liga. (...) 
Publicado originalmente em língua alemã, o Manifesto coincide com a Primavera dos Povos, fogueiras da revolta a arderem por toda a Europa, com revoluções na Alemanha, França, Itália, Império Austríaco, Hungria, Polónia, Ucrânia, Dinamarca. (...)»
E a despeito das águas que entretanto passaram debaixo das pontes, é surpreendente a actualidade e o vigor deste Manifesto. "Proletários de todos os países, uni-vos!"

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Cito de cor: "Eu quero que esta Europa se foda!"

Tiraste-me as palavras da boca!

Estilhaços

Desse governo de sipaios, ignorantes e irresponsáveis, que aí andou.

Utentes e almoços grátis

Os utentes da A22, A23, A24, A25 e A4 acham que... blá-blá-blá!
E que a redução das portagens... blá-blá-blá. Porque são estradas sem alternativa!
Enquistou-se-lhes no bestunto a falsa convicção de que há almoços grátis. E agora dá um trabalhão arrancá-la de lá!
Bem podiam eles facilitar-nos a vida! Era optarem por não sair de casa, enquanto houver pórticos de pé!

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Enquanto o mundo arde

Cá por mim já boicotei os figos secos turcos no Pingo Doce, é o que posso fazer. Porque o resto diz respeito aos tristes turcos. E o Erdogan só vai parar onde eles quiserem, enquanto soma e segue.
A Turquia pede à América a extradição dum ayatola qualquer que por lá anda exilado. E se o presidente negro Obama vier a ceder a tal pedido, acaba em apoteose o seu mandato e a América exultará. 
Os calvinistas europeus abrem champanhe em segredo, enquanto o mundo arde.

Os filhos da puta em estado puro têm marca d'água

A deste é esta.

Lua cheia

Com 35 graus por essa estrada fora, a tarde é de peregrinação a Riba-Côa. Mas o sentimento não reconhece canículas mundanas.
No fim basta a majestade e a frescura da lua cheia da Lapa como refrigério. 

Ar

Dos tempos.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Pérolas

Julho 2006: "Agora, setenta e cinco anos mais tarde, na sociedade da abundância, onde as pessoas têm portáteis, telemóveis, iPod's, e mentes que parecem quartos vazios, eu prefiro teimosamente os livros."
Este romance interessantíssimo foi a única obra publicada pela autora, em 1960. Recusou também proferir conferências ou conceder entrevistas. Apreciava mais a solidão e os livros.
A matéria narrada é um mergulho na meninice da autora, uma maria-rapaz, e na sociedade americana de meados do século passado, numa pequena cidade do Alabama. E, de caminho, na natureza profunda do racismo americano (hoje em dia particularmente activo e visível por razões conjunturais).
Órfã de mãe muito cedo, a Scout e o irmão Jem, um pouco mais velho, vivem com o pai, o Atticus, advogado tolerante e lúcido, e amigo dos pretos. Essa era a fama que tinha na cidade. O estratagema permite-nos acompanhar a evolução da educação juvenil americana, e compará-la com a nossa desse tempo (os que se lembram dela).
À medida que cresce a narradora, modifica-se a sua linguagem, a capacidade de observação e análise, e a elaboração mental. Pode dizer-se que aquilo que o discurso perde em frescura e garridice, isso mesmo se ganha em profundidade. 
A peripécia final do tribunal de júri, que condena impiedosamente um negro inocente (porque essa é a ordem natural das coisas!) é a imagem persistente da América mais profunda.
Uma pérola da literatura!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sitar

Shankar.

Xadrez

No tabuleiro o peão é limitado. Parece insignificante.
Chegado ao fim da coluna faz-se uma arma letal.
Não te esqueças desta regra, ó Costa! 

domingo, 17 de julho de 2016

"No reino da paranóia"

O papel do povo turco, na rebelião laica que durou uma noite é um enigma só explicado por isto
E um horror!

Requintes de santeiro

Depois que ficou viúvo, Eduardo Lourenço (a vaca sagrada de S. Pedro do Rio Seco) decidiu transladar as cinzas de Annie para o cemitério da aldeia. Numa manhã particularmente chuvosa, lá apareceu ele com uma pequena urna que ficou depositada na sepultura onde um dia ele irá parar. Almoçámos todos no lar de S. Pedro. E antes de voltar à Lapa, fui ver a igreja da aldeia.
Muito mais antiga e remota do que a minha, viu partir as naus da Índia. E no retábulo do altar-mor apresenta um Cristo estranho. Um requinte do santeiro.

sábado, 16 de julho de 2016

Bijagós

Era isto que Lisboa queria submeter, ao fim de 500 anos?!

Ele há coisas!

Ontem, sexta, às dez da noite, o povo foi para a rua na Turquia, sangrou a democracia e o laicismo, salvou um facínora turco (o Erdogan), e devolveu o sono às elites de Bruxelas, coveiras da Europa. Ele há coisas!
Ataturk remexeu-se na cova. Mas a alienação é isto.

As regras da alcateia

Talvez se fodam! Lá vamos!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Minudências vivas

[do JJ!]

Uff!

Foi ir num pé e vir noutro. Mas à entrada, lá vai um Ferrari vermelho, de  cavalinho açaimado entre o que resta da Alexandre Herculano. 
O falanstério da garagem Atlântico anda atulhado de gente. E esgotado o autocarro do regresso com os Erasmus de Aveiro, volto a casa à meia-noite.
De resto, o Porto anda mais quente que as miragens deTombuctu. Nem o Licas apareceu. Só o trolha, a remendar uns nadas à entrada, me disse que está lá dentro. Língua de fora, o farsante.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ó Marcelo!

"O país está numa onda feliz." 
"Portugal tem tido magníficas notícias das suas e dos seus melhores!"
Foi para isto que te elegeram?! Não falta muito e mereces que eu comece a interpelar-te em bom vernáculo. Sabes bem quanto me custa!

Bonito!

[Oferta de JJ]

Prata da casa

E de lei. Um tenor a pedir meças. 1901/1967. Tomás Alcaide, que só um par de indígenas conhecem.

Afinal este cabrão

Era ou não era, foi ou não foi, o Padrinho maior da merda de governo de Miguéis de Vasconcelos que aí andou?!
Felizmente já não é, este espantalho de palha da quinta da Coelha.
Que a terra lhe seja leve, em breve, sete metros dela!

O Falhas

Falhas terá, não sei quantas, se é historiador autodidacta. Ao fim da tarde encontro-o em Valflor, que ele prefere chamar Vale de Ladrões, à moda antiga. Sem mais delongas fala-me da deusa-mãe, de faraós, de hititas, de druídas, de etruscos e de romanos... E das três vilas patrícias que existiram nos Vilares, com anexos de cem colmos cada uma, onde viviam escravos que garimpavam o ouro. 
Muitos anos depois uns franciscanos ocuparam as três vilas e fundaram um convento, à sombra de Marialva. Até que o Mata-Frades encerrou aquilo tudo e os frades foram-se embora. Foi então que o povo do Carvalhal fez o que tinha a fazer. Trouxe para a igreja os caixotões do tecto, ainda hoje lá estão, e mais parecem a corte celestial.
O Falhas emigrou cedo, para Angola, andou por lá o seu quarto de século. E lá conheceu um dia o cónego da Sé, o Neves que era mulato. Um dia abeirou-se dele para lhe pedir um emprego. Mas o cónego desprezava os portugueses e mandou-o bugiar.
Depois a guerra começou nos Dembos, até que deu no que deu. E o Falhas regressou a Portugal, na ponte aérea de 75. 
Agora, já reformado, vive aqui. Faz licor de abrunhos bravos, figos e vinho do Porto. No Porto tem uma casa onde ficou a mulher, que não aprecia história e muito menos licores. O Falhas pouco se importa, que as hormonas já fraquejam.
À despedida oferece-me um licor. E insiste, com exemplos da Anatólia, que o elixir me garante os cento e vinte. Oxalá seja uma falha, do Falhas ou do licor!

O naufrágio duma seita (que é multinacional, polifacetada e muito complexa) desmascarada pelos amigos dela.

Uma vez postos os heróis da bola no Panteão Nacional, melhor é pôr-nos a pau, acender uma velinha e ir a Fátima!
Eu passo a manhã na horta, a ver se mereço o pão que ainda como.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Toma lá!

É apenas uma das tendências da pop contemporânea, porque há outras. Poema prosaico, quotidiano e rebelde; melodia rotineira, improvisada; construção harmónica minimal.
Características da cultura de massas, para aviar!

Negócios

É dia de negócios no mercado. Não serão lá grande coisa, já não é tempo de meter plantas à horta. Mas nem sempre a vida se faz de coisas grandes. 
À esquina da Corredoura sobrevive a loja do Rosário. Ele já cá não anda há muito tempo, mas deixou o património e zeladoras fiéis que guardam o último século. Desde a placa esmaltada de correspondente dum banco, no tempo em que isso era um orgulho. São as mesmas as estantes que forram as paredes, e as prateleiras verdes desmaiadas, e os dossiers empilhados, e os caixotes de cartão que guardam nadas, e o balcão de madeira já roído. E as gavetas empenadas donde saem nastros e ourelas, e fitinhas de setim, cartas de agulhas inglesas e outras raridades. Até guardam as filhas do Rosário, que já foram jovens e viçosas.
Rua fora, as lojas não são tão velhas. Mas o negócio anda fraco, porque lhe falta a multidão de antanho. De antanho vem também esta embaixada de judeus sefarditas, que percorre estes lugares atrás dum guia de sotaque arrevesado. Os sefarditas vieram de Israel e andam a decifrar inscrições e sinais que aí deixaram. Há-de ser para se remirem dos crimes que hoje cometem na Palestina, porque a história é o que é.
Desse tempo é também a Corredoura, e não voltou a ter a animação que tinha. Foram os sefarditas que a fizeram, quando vieram para aqui expulsos de Castela. Antes daquele rebanho de crianças que andaram por esses montes (Herculano é quem o diz), a chorar pelos cabeços os pais delas, que a sagrada inquisição levou para as enxovias do Rossio. As crianças foram parar à ilha de S. Tomé. E os sobreviventes da fogueira fugiram para Amesterdão, para Constantinopla, a fazer por lá aquilo que sabiam, nos tempos da pimenta.
Mas lá para a tarde vou ter a minha desforra. Tenho na biblioteca o Luís Sepúlveda em carne e osso, o jovem guarda do palácio de Allende e o autor. Tenho que falar com ele sobre um Velho que Lia Romances de Amor, à beira dum rio grande.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Montijo

«Acidente com avião C-130 da Força Aérea (DN, SM, JN, Público, Ionline, Expresso, DE, Notícias ao Minuto, Observador)

Caros camaradas
Hoje estamos de luto.
O profundo pesar da AOFA pelo desaparecimento dos nossos camaradas.
As nossas sentidas condolências às Exmas. Famílias e aos Exmos. Amigos.
Os nossos mais calorosos votos pelo pronto restabelecimento dos que ficaram feridos.
Neste momento tão difícil, a nossa total solidariedade a todos os que, nas Forças Armadas, garantem, em cada dia e em cada hora, a Perenidade da Nossa Pátria, cumprindo o Juramento de Honra que fazem perante a Bandeira Nacional.
As Relações Públicas da AOFA.»

Jogo perigoso

Este do presidente dos afectos, esse artista do espectáculo. Ai meu Nóvoa!
[Adenda: Logo que chegou a Belém, o presidente-entertainer praticou um gesto sanitário elementar: sacudiu da lapela a caspa que o Cavaco lá deixara, por ser tóxica. E mandou para a reciclagem o governo do sipaio Passos, seu coleguinha de partido. Isto é, dividiu para sobreviver.
Agora anda aí a pregar a unidade dos portugueses. Mas unidade de quê, senhores?!]

Sim ou não

Abbas Kiarostami.

domingo, 10 de julho de 2016

Oliveiras

[cortesia de VM]                 [clicar]       
Vivem ali na charneca do Alvito, uns agrimensores provam que já somam dois mil anos! 
Mas não dizem que escravo romano as plantou. Nem se um godo encalorado lhes gozou a sombra. Nem que mouro lhes cuspiu caroços. Ou que ventos lhes soprarão as cinzas.
Nós não sabemos nada de oliveiras e devíamos saber.

Literatura e jornalismo

Verdades verdadinhas do Guerreiro.

Resumo de imprensa***

Lê-se e não se acredita!
Então o MDN não sabe o que vem sendo feito aos Militares por uma equipa que vem do antecedente, e em que depositou de tal maneira a sua confiança que não alterou um pormenor que fosse, antes prosseguindo o mesmo caminho?
Sobre os Militares em RC e RV nem é preciso ir muito mais além do que olhar para o constante incumprimento das disposições que regulamentam esses regimes, nomeadamente no que diz respeito aos incentivos que deviam encorajar essas opções, às vezes, até, com mudanças a meio dos períodos contratuais.
Julgará o MDN que os jovens não falam uns com os outros?
Sobre os Militares dos QP, não chegavam várias folhas (seja qual for o suporte utilizado!) para dar conta das autênticas malfeitorias que se vão sucedendo.
Fiquemos apenas pelas designações, pois os Militares saberão muito bem preencher os detalhes: EMFAR, ADM, HFAR, IASFA, Colégio Militar, extinção do Fundo de Pensões dos Militares, extinção do Complemento de Pensão de Reforma, etc., etc.
Será que o MDN não vai sabendo dos pedidos de abate ao quadro, por parte dos Oficiais que possuem outros "instrumentos" para enfrentarem a Vida?...
Recentemente, o MDN deu corpo a mais dois diplomas que dizem bastante sobre a forma como pretende resolver essa sua "preocupação":
Regulamentou (mais uma vez!) a questão das indemnizações por abate, procurando amarrar os Militares "à força" (seria curioso saber onde param iguais regras, para outras categorias profissionais terem que indemnizar o Estado quando optam por abandonar o serviço público; ou até, em extremo, os alunos do secundário terem que proceder de igual modo pelo que é gasto na sua aprendizagem…);
Alterou (mais uma vez!) a orgânica do Instituto de Acção Social das Forças Armadas, retirando-lhe competências (a de conceder empréstimos em condições mais fáceis e favoráveis, por exemplo), já que as capacidades vão de há muito sendo (propositadamente?) degradadas (mas é um regalo frequentar instituições privadas da assistência na saúde, uma vez que parece estarmos num qualquer comando conjunto das Forças Armadas, nos vários escalões etários, de que os cônjuges também fazem parte…) e, também, garantindo, com mais um vogal civil, eventuais desempates em decisões (o MDN até saberá, melhor do que nós, o que vai constando…) que possam levar o Oficial General Presidente a tentar "resistir".
Julgará o MDN que os jovens não estão atentos ao escrutínio que vai sendo feito à acção governativa, também na área da Defesa Nacional? (...)»
***AOFA - Associação de Oficiais das Forças Armadas

sábado, 9 de julho de 2016

Rubicão

Se o rio corre e murmura, folga e passa. Se ele troar, treme e fica.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Leitura

Positiva e útil.

"Se podes ver, repara"!

[Cortesia de JJ]              (clicar)
Nos Bijagós, na Ilha Caravela, vi um dia uma pista clandestina onde cabia o mundo. Tanta coisa mais que havia lá para ver e eu não a vi! Nesse tempo o mestre ainda não ensinara "Se podes olhar, vê"!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Natureza

As forneiritas indígenas já tinham ido à vida. E hoje partiram as andorinhas, a fazer músculo para cruzar o Estreito.
Eu bem as avisei daquilo que por lá anda, das notícias que me chegam, mas não quiseram saber. Disseram-me  que se fica na história pelo pouco que se faz. Mas nunca pelo muito que se teme.
Lá me calei, fui-me ao Campos e ao Caeiro...

Abismo

Um homem de 43 anos sofre um AVC com lesão do tronco cerebral e a locked-in syndrome, padecimento raríssimo. O cérebro funciona, o ouvido e um olho mantêm-se activos, tudo o resto para.
Rodeado por uma equipa multi-funcional de profissionais de saúde, inicia-se o processo de tratamento e recuperação.
A reconquista de gestos mínimos, como engolir, mover a língua ou mexer a cabeça; a re-elaboração da capacidade de expressão letra a letra, através dum processo engenhoso e esgotante; a audição de Balzac, pela voz dum leitor; a vida minimalista, feita de migalhas, e o valor incalculável de cada uma delas; a re-ordenação da vida física toda; as tergiversações do transcendente; a capacidade insuperável das mulheres e a inabilidade dos homens em tais circunstâncias; a imaginação e a memória como balsas salva-vidas no naufrágio; a tentativa de contar a experiência em livro, construído letra a letra por uma colaboradora infatigável, que acaba em estado de paixão pelo autor. O livro acaba editado, e o autor sucumbe alguns dias depois.
Estar vivo será benesse de algum ignoto deus. E em circunstâncias-limite ainda o é?!
Filme de Julian Schnabel, 200?.

Limite?

Ou para lá dele?!                [Oferta de JJ]     (clicar)

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Maia, lembras-te dele?

Era isto. Para tu veres quando tiveres uma horita. E lamentares esta geração, que o não pôs no Panteão.

Navegador

À bolina!

Quem nos dera a nós

Que este agudo espírito crítico e analítico tivesse empenho genérico na prática que a cidadania exige!
Ressalve-se o misericordioso tiro da frase derradeira!

Eu bem te digo!

Piano piano  si va lontano... e manda-os foder! Que eles vão morrer todos de cornos enterrados na areia, como os grilos! 

Sócrates?

Anda ver os comos e os porquês!

Imprensa portuguesa?

Viste-la!!! Já agora, outra ainda melhor!!

terça-feira, 5 de julho de 2016

Mas donde é que sai isto...

...que não vem da boa América?!

Admirável Mundo Novo

Há quem lhe prefira setenta e duas virgens, allahu akbar! Y como no?
[do JJ, pois quem?]               [clicar]       

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Ora vamos lá pôr esta merda em pratos limpos, e atirar duma vez os calhandros ao caneiro de Alcântara!

1 - Amparado por uma comunicação social de serviçais precários (que seguem a voz do dono para pagarem ao padeiro), o morto-vivo do Passos não perde uma deixa para agredir Portugal e o governo do PS, essa ilegitimidade da Assembleia da República. 
O fantasma inexistente pretende desconhecer que o incumprimento do défice de 2015 é responsabilidade sua. Só se deve à sua inépcia como governante, e às escandaleiras do Banif vendido por três patacos, e às gatilhadas do cão de trela do Carlos Costa, do BP supervisor.
2 - Por seu lado, aos calvinistas de Bruxelas (que foram os mentores desse descalabro orçamental em 2015), faz-lhes azia o governo do Costa. Dava-lhes jeito, entende-se, um governo português de paus-mandados, de lacaios bons alunos. E tudo fazem, descaradamente, para armadilhar o terreno. 
O que é que lhes importa a eles que os chacais do rating se amotinem, que subam os juros da dívida, que os portugueses se fodam? Mutatis mutandis, não foi isto que eles fizeram na Grécia?
3 - De formas que não há dia em que não tenhamos que aturar este escandaloso ménage-à-trois: o morto-vivo a exigir ao Costa persistência nas reformas e nas fidelidades, a Cristas mamuda a perorar sobre credibilidades perdidas (olha a virgem!), e os calvinistas a ameaçar condenações ao inferno.
4 - Hoje em dia é tão difícil ser um bom cristão que até eu perdi a fé. Mas porém, talvez se fodam, uns e outros!

Fariseus e putas

Vem aqui tudo explicado e percebe-se bem. Mas como é que hão-de entender-se os filhos de puta duns burocratas chantagistas de Bruxelas, que apenas tiram a água do capote, à custa das fraquezas dos mais fracos? Já da loira dos balões, sem surpresas, toma lá! Em correio azul! Almofadado e tudo!

Umbigos

Um dia destes, a pretexto dum festival literário qualquer, ouvi no rádio as intervenções duma dupla de eruditos que enfeitavam uma mesa. E qualquer deles se esmerava, e se espraiava, regalado a ouvir-se a si próprio sobre as obras literárias da sua vida. Lá aparecia o don Quixote, e a Divina Comédia, e a Musa Irregular, e o Assis Pacheco, e o Cavaleiro Andante, e os saudosos livrinhos de cobóis aos quadradinhos. Estava lá tudo, naquelas cabecinhas. Só lá faltou o público leitor, que certamente acorrera a ouvi-los na plateia. A esse não foi dada a palavra.
O assunto não tem a mínima importância. Como leitor, eu é que lhe aproveito a embalagem para referir as duas obras que maior emoção me provocaram: o Memorial do Convento, do Saramago dos anos oitenta, e a Crónica duma Morte Anunciada, do Garcia Marques (1981). Tomando um assunto mínimo (a devolução à mãe duma noiva já furada pelo noivo defraudado, e a honra lavada pelos irmãos dela que esfaqueiam o ladrão), o colombiano constrói uma narrativa que é um milagre da arte literária. Para que conste, se constar.
Porém, é a questão do desprezo pelos leitores, por parte duns letrados que gostam de se ouvir, que agora aqui me move.
Há dias veio à BMEL o Luís Sepúlveda, a receber o prémio Eduardo Lourenço, do Centro de Estudos Ibéricos. Ora ter o Sepúlveda ali à frente é uma benesse. À tarde a cerimónia decorreu com muito palavreado. Mas à noite era um encontro com os leitores, que encheram o auditório.
A conversa começou depois das 21H30. O vereador da cultura disse as prolixas larachas que lhe competiam, e o Fernando Paulouro, do Jornal do Fundão, foi o moderador. O Sepúlveda falou do Chile da sua juventude, e dos sonhos do teatro, e de como se tornou membro da guarda do palácio e do presidente Allende. E foi emocionado que lembrou que a 11 de Setembro de 73, o Chile desapareceu. Com o assalto final de La Moneda, a resistência até à última bala, e o assassinato do companheiro Allende 
Depois foi a prisão, e as peripécias todas que seguiram pelos países da América do Sul. Até que uma delas o levou à Amazónia, e a'O Velho que Lia Romances de Amor.
O Paulouro lá conduzia as coisas, lá renovava perguntas... Lá pôs o Sepúlveda a encher pneus, a referir miudezas insignificantes e despiciendas. Às 23H30 lá lhe pareceu demais, e a sessão terminou sem sobressalto.
É uma pena, mas não há nada a fazer. Estes letrados de merda só se ouvem a si próprios. E não percebem que o fundamental de tudo é o encontro dum autor com os seus leitores, é o que aprender com eles se para aí estiver virado, é tudo aquilo o que lhes der de seu. Só isso é criativo e vale a pena, só isso é cultura. humanidade e arte. E nada disso faltava ali no Sepúlveda.
Cheguei a casa era quase uma da manhã. E lá fui passar os olhos fatigados e raivosos pel'O Velho que Lia Romances de Amor.

Pitonisa

"O Mediterrâneo vai tornar-se no mar do caos."
Isto disse o Kadhafi da Líbia, antes dos aviões franceses e ingleses da Nato americana andarem à caça dele, para ser sodomizado post-mortem pelos rebeldes da primavera.
Saiu-lhes um bom tiro pela culatra, aos europeus!

domingo, 3 de julho de 2016

Pois que mais?

Deixo passar a canícula e vou à rua. Lavo os olhos e vou ver a feira medieval de Penedono. As ruas andam cheias de gente, coisa rara. Andam nelas os velhos e os novos e os mais jovens, e os bebés que dormem nos carrinhos. E não encontro ninguém naufragado num ecrã.
Por trás da animação da feira há uma estrutura que vem de Santa Maria da Feira. Traz músicos e cavalos de cruzados, com cotas de malha ao peito. E um grupo de beduínos com toadas dum deserto, e bailarinas que prometem danças do ventre. Há um par que maneja uma sanfona, e um grupo de harmonias medievais a acompanhar o mestre do rabel. É assim que o mestre lhe chama. Mas o Morais diz que é uma pequena rabeca pastoril e chama-lhe arrabil. Tudo bem, salvo para estes dois burros de Miranda, que para além dos alforges carregam nas albardas os juvenis cavaleiros inseguros.
A câmara expôs a catapulta, e a balista e a alta torre de cerco, que facilitava o assalto das muralhas. Mais lá para a noite está prometido um movimento no castelinho residencial. Mas isso é quando aparecer a lua nova.
Bebo uma ginjinha de Óbidos em copo de chocolate, compro um sabonete de rosas que alguém fez em Tondela e não veio da Provença, levo um garrafa de tinto da Pesqueira e regresso a casa emocionado. Pois que mais!
Adenda: No caminho chegam-me notícias da Europa. A repetir ameaças duns calvinistas contumazes lá do Norte, que adiaram por 15 dias as sanções a Portugal. Por causa duns pecados do défice e da carne, e do Sol, e do Sul... Grandes cabrões!
A loira dos balões de hélio aproveita e vem lembrar que fosse ela ainda ministra das finanças e não havia sanções. Pudera! As putas que estão por conta não têm consumições. Vão à janela arejar os balões e riem-se para a rua.

O sol é grande

O sol é grande, caem co’a calma as aves, 
do tempo em tal sazão, que sói ser fria; 
esta água que d’alto cai acordar-m’-ia 
do sono não, mas de cuidados graves. 


Ó cousas, todas vãs, todas mudaves, 
qual é tal coração qu’em vós confia? 
Passam os tempos vai dia trás dia, 
incertos muito mais que ao vento as naves. 


Eu vira já aqui sombras, vira flores, 
vi tantas águas, vi tanta verdura, 
as aves todas cantavam d’amores. 

Tudo é seco e mudo; e, de mestura, 
também mudando-m’eu fiz doutras cores: 
e tudo o mais renova, isto é sem cura! 

[Sá de Miranda, um fidalgo que mandou bugiar a corte, e foi para a quinta do Minho. A escrever sonetos como quem calceta ruas!] 

Os indígenas portugas ainda pensam que um país pode viver isto durante anos e sem custos. O caralho!

"Ontem, o Tribunal Administrativo de Lisboa deu como nula a licenciatura de Miguel Relvas, atribuída de forma fraudulenta pela Universidade Lusófona. Além disso, demonstrou como foram consideradas algumas equivalências a cadeiras (32 em 36): apresentação de textos passados, escritos em jornais. E, por fim, demonstrou que algumas das equivalências foram dadas a cadeiras que não existiam. Não são dados de uma investigação ou de suspeitas. São da sentença.
Miguel Relvas foi um dos políticos portugueses mais influentes da última década. A sua carreira conta com momentos como: Secretário Geral da Juventude Social Democrata, Deputado durante 14 anos, Secretário de Estado da Administração Local, Ministro dos Assuntos Parlamentares, Secretário Geral e Presidente do Conselho Nacional do PSD. Pertence à Loja Universalis da Maçonaria (GOL).
Ignoram este assunto as capas de: Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Jornal i, Jornal de Negócios, Oje. Praticamente ignoram ainda a RTP, a SIC e a TVI.
São excepção o DN (manchete) e o Público (pequena janela de 1ª página).
Há silêncios de ouro. Este é de diamante."
[Gentileza oportuna de VM]

sábado, 2 de julho de 2016

Motim em Riba-Côa

Anda o inferno atulhado de piedosas intenções, é bem verdade! Que eu esqueci, quando manhãzinha decidi ir a Almeida. Era agraciada na câmara uma mulher luminosa do concelho, coisa que não se vê todos os dias. A cerimónia correu, e os prolegómenos cordatos e adequados.
Só que havia outras questões, para lá da distribuição de faixas aos membros todos duma obscura confraria: era a defenestração dum livrinho sobre numismática, e outras questões da história, e da cultura, blá-blá-blá...
E a apresentá-lo está um professor-doutor que veio de Coimbra. O prof-doc, bom paradigma do fala-barato, dá início a um improviso frenético e brilhante, que andou a preparar durante um mês inteiro. Não se vislumbra bem para que é que tende, talvez no fim ele nos resuma um digest. É que não há lugar-comum, supino e superlativo, que não apareça no rosário. E numerosas metáforas queimadas, que ele vai lançando na fornalha. Eu encaixo-as, bem disposto. Até que, a certa altura, oiço distintamente estas palavras: os soldados que morreram na Guiné, é porque não sabiam nadar! 
Dei um salto na cadeira, senti um motim no peito, quis perguntar se tinha ouvido bem, se estava a perceber mal. Eram já duas da tarde, começava o carvão a faltar-me na caldeira, depois deste havia certamente algum outro palestrante... interromper a eminência era um escândalo. Pedi perdão a uns nomes que estão escritos na parede do forte do Bom Sucesso, à beira-Tejo, levantei-me da cadeira e abandonei ostensivamente o auditório.
Almoço ao lado duns espanhóis que invejo, e vieram matar a galga a baixo preço. Agnus Dei qui tolis... miserere... é a charneca a chorar.

A velha era insana e era bruxa!

[clicar ajuda sempre}
Deixou dito (de cor): "não há essa coisa que chamam sociedade; o que existe são indivíduos".
Então e não é que tinha razão???!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Tempos

- Querem lá ver esta merda!!!                     [clicar]