Há quase dois meses, vieram a público duas versões contraditórias da mesma conversa, havida entre o capitão de indústria, conselheiro de estado e ex-ministro do PSD Dias Loureiro, e o vice-governador e supervisor do banco de Portugal António Marta.
Disse Dias Loureiro:
- Em Abril de 2001 fui um dia ao BdP, sozinho, às 4 da tarde, e disse a António Marta que o modelo de gestão do grupo (SLN) não me inspirava confiança, e que havia accionistas que eu sentia que faziam negócios com o banco.
Disse António Marta:
- Se o dr. Dias Loureiro anda a dizer isso, ou está a fazer confusão com a pessoa, ou está a mentir. O que ele veio foi perguntar-me porque é que o BdP andava tanto em cima do BPN, pois que aquilo era tudo boa gente. (Se ele diz o contrário) é porque quer ilibar-se.
Ao contrário do que apregoam os mixordeiros profissionais, há nisto (como em tudo) uma verdade e uma mentira. E conhecer uma e outra é assunto fundamental da nossa vida colectiva.
Ora a propósito tem havido cenas lancinantes, e juras de palavra de honra, e faenas variadas, que fazem vender papel mas não atam nem desatam. De António Marta ninguém mais ouviu falar.
É aí que surge a pergunta: entre tantos papagaios amestrados, que andarão a fazer os jornalistas, cujo papel é informar-nos? Ou são já espécie extinta?!