No âmbito do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central, o governo extinguiu a Inspecção Geral da Administração Local (IGAL), fundindo-a com a Inspecção Geral das Finanças (IGF).
Inconformado com os maus efeitos da decisão, o juiz desembargador Orlando dos Santos Nascimento, publicou no site da IGAL uma carta aos portugueses, onde escreve que "a corrupção ganhou", atribuindo responsabilidades na extinção da IGAL a "uma poderosa associação de autarcas".
"Uma poderosa associação que não anda por bons caminhos, e que não está a arrepiar caminho, quer na redução da despesa pública, quer no combate à corrupção".
A propósito do trabalho da IGAL, é dito: "Estivéssemos nós num país de raíz empresarial anglo-saxónica e seríamos candidatos aos lugares cimeiros, como exemplo para os outros. No nosso, por incómodos, fomos extintos".
A carta esteve online um dia. Até que "foi mandada retirar pelo Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Simões Júlio, que foi inspeccionado sob as minhas ordens, enquanto presidente da Câmara de Penela".
O site acabou por ser desactivado. E o juiz desembargador foi ontem exonerado das suas funções de inspector-geral da Administração Local por "quebra de lealdade institucional".
Um assessor do ministro Relvas garantiu que , com a extinção da IGAL por fusão com a IGF, "a fiscalização vai continuar e será até reforçada com esta fusão".
O ministro Relvas e os seus rapazes! Topas?! Espera-lhe pela pancada!