... naquilo que o jornal diz. Que há um país, com séculos de existência, mais ou menos integrado na Europa moderna e culta, com as botas enterradas na civilização cristã, herdeiro, bem ou mal, dos valores renascentistas, e do racionalismo iluminista, e das barricadas da modernidade, e dos ideais liberais, e das leis republicanas, e tem escolas aos milhares, e auto-estradas rápidas, e águas canalizadas, e bares nocturnos, e livros nem todos maus, e cães domésticos, e putas loiras, e alfa-romeos, e mesadas, e dívidas por pagar, e maus patrões, e péssimos senhores, e prestações ao banco, e viagens tropicais, e tudo o mais. Pois acrescenta o jornal o que veio revelar o estudo duma universidade: que 25% dos jovens (desse país) já experimentaram violência no namoro; e sobretudo, que os jovens (desse país) interpretam os actos de violência como sendo provas de amor.
Diz o jornal que esse país é o meu, e eu não quero acreditar. Mas que estupidez a minha! De hoje em diante hei-de ver mais televisão.