sexta-feira, 25 de março de 2016

Suis-je?!

No campo das ideias e conceitos, como noutros, a biodiversidade ambiental é um ganho fundamental. Já assim não é no campo dos princípios (gerais) e das normas (particulares). É assunto para filósofos, eu detenho-me só na liberdade.
Um grupo de criativos trabalha num escritório, afadigado na publicação duma revista satírica. E em manhã mais fulgurante, saem-lhes imagens dum profeta estranho, cozinheiro dum Allah arrevesado, e dono do seu nariz. Sai à rua com bombas na gaforina, leva nos bolsos granadas descavilhadas, e não dá qualquer abébia aos papparazzi. Não quer ver imagens suas no papel, ponto final!
Os criativos exultaram.com o filão.
Chegaram a lembrar-se do mulherengo Júpiter, a galar a alcmena do pobre anfitrião, e do Mercúrio, esse alcoviteiro voador. Mas esses não dão cachet, como entendemos. 
Passados que foram dias, recebem os criativos uma embaixada explosiva. Deixou-lhes no escritório a assinatura sangrenta das metralhadoras.
Voltemos à vaca fria. É saudável rirmo-nos dos deuses, que outra coisa não fazem eles connosco, desde há séculos. Já sadia não é esta visão bastarda e fundamentalista do que a prática da liberdade seja. Porque não há absolutos. A minha liberdadezinha tem o exacto limite das entorses e calosidades que o vizinho usa nos pés. E pisar-lhos não é liberdade minha.
Tudo é relativo nas práticas desta vida, desde que o outro se pôs a mostrar-nos a linguita. Conviria aos criativos ter boa consciência disso.
É eu lamento muito, mas je ne suis pas