Programa das Conferências Democráticas do Casino
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Não pode viver e desenvolver-se um povo, isolado das grandes preocupações intelectuais do seu tempo; o que todos os dias a humanidade vai trabalhando deve ser também o assunto das nossas constantes meditações.
Abrir uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que caracterizam este momento do século (...);
Ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humanidade civilizada;
Procurar adquirir a consciência dos factos que nos rodeiam na Europa;
Agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência moderna;
Estudar as condições da transformação política, económica e religiosa da sociedade portuguesa;
Tal é o fim das Conferências Democráticas.
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Posto isto, pedimos o concurso de todos os partidos, de todas as escolas, de todas aquelas pessoas que, ainda que não partilhem as nossas opiniões, não recusam a sua atenção aos que pretendem ter uma acção - embora mínima - nos destinos do seu país (...).
Lisboa, 16 de Maio de 1871 - Adolfo Coelho - Antero de Quental - Augusto Soromenho - Augusto Fuschini - Eça de Queirós - Germano Vieira de Meireles - Guilherme de Azevedo - Jaime Batalha Reis - J.P.Oliveira Martins - Manuel de Arriaga - Salomão Sáraga - Teófilo Braga.