[ibidem]
(...) estarei autorizado a concluir que é nesses novos fenómenos que se devem buscar e encontrar as causas da decadência da Península.
Ora esses fenómenos capitais são três, e de três espécies: um moral, outro político, outro económico.
O primeiro é a transformação do Catolicismo, pelo concílio de Trento.
O segundo, o estabelecimento do Absolutismo, pela ruína das liberdades locais.
O terceiro, o desenvolvimento das Conquistas longínquas.
Estes fenómenos assim agrupados, compreendendo os três grandes aspectos da vida social, o pensamento, a política e o trabalho, indicam-nos claramente que uma profunda e universal revolução se operou, durante o século XVI, nas sociedades peninsulares. Essa revolução foi funesta, funestíssima. (...)
Esses três fenómenos eram exactamente o oposto dos três factos capitais, que se davam nas nações que lá fora cresciam, se moralizavam, se faziam inteligentes, ricas, poderosas, e tomavam a dianteira da civilização.
(...)